Este artigo poderia se chamar “O pânico no mundo”. Ou “o mundo do pânico”. Ou “O mundo em pânico”.
O COVID revelou sentimentos humanos que se achavam escondidos por trás do medo maior, o da morte.
Logo que a nova variante Ômicron foi descoberta na África do Sul, a União Europeia, logo seguida por outros países, decidiu proibir os voos procedentes da África do Sul e do Sul da África.
O que serviu de base para a decisão? Qual o critério científico? Qual o conhecimento da nova cepa para justificar tal decisão? Nada, apenas o temor e o medo, escondidos atrás da covardia, do pânico e da argumentação dos políticos de que se tratava de medida destinada a proteger a saúde de seu povo. A covardia justificada pela prudência. O medo imperando.
Não houve decisões racionais, baseadas na lógica e na ciência. Sobraram decisões voluntaristas, com base no “Eu quero”, “eu mando” “eu acho que deve ser assim”.
A decisão de isolar o Sul da África foi claramente injusta, precipitada e desprovida de base científica para dar-lhe suporte.
Nos dias seguintes à descoberta da nova cepa, os médicos sul-africanos divulgaram informações sobre o Ômicron: mais contagioso, porém menos agressivo e menos letal. Até o momento, não se sabe de nenhuma morte provocada pela variante Ômicron.
As pessoas – medrosas, covardes, contaminadas muito mais por notícias ruins que pelo vírus – aceitam as decisões dos governantes como normais. Acham que o “Grande Irmão”, representado pelos governos e governantes, está a protegê-las.
Esse o mundo atual, dirigido muito mais pelo pânico que por decisões amparadas na ciência: primeiro os governantes tomam a decisão e depois buscam as justificativas para o que fizeram.
Mas, e minha liberdade? E a liberdade de milhões de pessoas?
E se a medida prejudicar outros milhões de pessoas? E se a decisão contribuir para a pobreza, o desemprego e para aumentar o medo em que vivem muitas pessoas? Azar; nada acontece. Mais tarde, simplesmente revoga-se a decisão, como se nada tivesse acontecido e a vida segue.
O isolamento do Sul da África reflete o que houve com o lockdown. Pergunte-se a prefeitos e governadores por que promoveram o lockdown; por que proibiram a ida de pessoas à praia; por que mandaram prender pessoas que andavam pelas praças. As respostas serão do tipo “porque o mundo estava fazendo”, “porque quis proteger meu povo” (não saberá dizer em qual argumento científico se baseou); “porque eu achei necessário”. Nenhum argumento técnico, nenhum dado científico, nenhuma explicação lógica.
Pergunte-se a prefeitos e governadores sobre os danos causados pelo isolamento e pelo lockdown. Eles desconversarão e responderão simplesmente que “protegeram e salvaram seu povo”.
Os prejuízos ficam. Aumenta-se o medo nas pessoas e, logo, elas esquecem o que passou e ficam todos à espera de nova cepa, novas ameaças, novas restrições. Com medo.
E la nave va…com as pessoas medrosas, retraídas e acuadas.