“A Arte do Sofrimento“, novo fotolivro de Kristof Ramon, é o olhar atento do fotógrafo para o mundo do ciclismo profissional.
A Bélgica é apaixonada por bicicletas e, naturalmente, por ciclismo. Natural que Kristof Ramon, belga de nascimento, que iniciou a carreira como cineasta, tenha se tornado um dos principais fotógrafos profissionais de ciclismo.
Ele cobre as principais corridas de bicicletas do mundo – Paris – Roubaix, Tour of Flanders e Strade Bianche – e os principais torus – Giro d’Italia, Tour de France e La Vuelta a Espana.
Ramon tem o foco nas pessoas ao produzir as fotos; não busca a paisagem. Busca a emoção das corridas, o sentimento, o esforço e a dedicação dos ciclistas expressos em sua fisionomia. Como adquiriu boa reputação no ciclismo, as equipes e os pilotos não se opõem a que ele acompanhe treinamentos, atividades e as próprias corridas.
Segundo Ramon, as maiores virtudes para o fotógrafo são a habilidade social, para integrar-se às equipes sem pertencer a elas, e o respeito aos atletas, que sabem que terão belos momentos registrados por sua câmara sem serem importunados em suas atividades. Assim, Ramon consegue capturar momentos decisivos de cenas de bastidores e de corridas que outros fotógrafos dificilmente conseguiriam.
O livro “A Arte do Sofrimento” não é apenas um apanhado de fotos; fala sobre ética na cobertura jornalística esportiva e demonstra a superação do ser humano. O foco das fotos e do livro são as pessoas humana por trás da figura de ciclista e de atleta profissional.
Kristof Ramon reuniu fotografias no livro “A Arte do Sofrimento”, nas quais mostra o grande esforço exigido dos ciclistas em treinamentos e nas competições. Ele registra as batalhas dos ciclistas contra as subidas e contra os terrenos íngremes nas provas, e mais acidentes, lesões e recuperações.
Ele expõe as expressões dos ciclistas que bem demonstram o sacrifício pessoal e a luta que faz com que os ciclistas levem o corpo ao extremo. As fotos oferecem a visão da vida dos atletas dentro e fora das competições e expõem os desafios físicos e emocionais que eles enfrentam na atividade esportiva.
“Para mim, o tema do livro é o sofrimento em múltiplos níveis“, comenta Ramon. “Não se trata apenas da dor física das provas, mas também do sacrifício pessoal e da intensa jornada emocional que cada ciclista enfrenta em busca de seus sonhos.”
O fotógrafo se expõe a riscos quase tão grandes quanto os enfrentados pelos ciclistas. Para alcançar os melhores ângulos, é comum Ramon segurar a câmara fotográfica de 7.500 euros (mais de R$ 45 mil) solta em sua mão, a 20 centímetros do chão, sentado de costas em uma motocicleta que se desloca em movimento rápido na frente de um pelotão de ciclistas.
Natural que obtenha belas fotos que registram a expressão dos ciclistas.
Os apaixonados por ciclismo apreciarão “A Arte do Sofrimento”, mas não apenas eles. Também os apreciadores de fotografias e aqueles que admiram a expressão de pessoas que demonstram o esforço de levar o corpo ao limite e a superação em busca da superação pessoal e da vitória.