Por Simone Hillbrecht

Isabel Allende nasceu no Peru em 2 de agosto de 1942. Mudou-se para o Chile durante a infância e, posteriormente, viveu na Bolívia e no Líbano. Após a deposição do presidente chileno Salvador Allende, primo de seu pai, em 1973, exilou-se na Venezuela, onde colaborou no auxílio a refugiados do regime de Augusto Pinochet. Jornalista e escritora de livros infantis no início da carreira, publicou em 1982 A casa dos espíritos, que rapidamente se tornou um best-seller internacional. Suas obras foram traduzidas para 42 idiomas e incluem um livro de memórias dedicado à filha, falecida aos 29 anos. Entre os prêmios que recebeu estão a Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos e o Prêmio de Contribuição Vitalícia do PEN Center.
Publicado em 1984, De amor e de sombra é ambientado em uma ditadura militar latino-americana sem nome. O romance narra a relação entre a jornalista Irene Beltrán e o fotógrafo Francisco Leal, que acabam confrontados com a violência do regime ao investigar o desaparecimento de Evangelina Ranquileo, jovem camponesa de supostos poderes sobrenaturais. Ao deparar-se com a brutalidade das execuções e desaparecimentos, Irene rompe com a cegueira imposta por seus privilégios e desperta para a realidade política de seu país. A partir desse ponto, ela e Francisco precisam decidir se estão dispostos a arriscar tudo em nome da justiça.
No entanto, devido à censura dos últimos anos, punham tarjas negras sobre os seios desnudos e empregavam eufemismos para designar conceitos proibidos, como aborto, bunda e liberdade”.
Trata-se de uma narrativa de amor e resistência, marcada por uma prosa pungente e pela ambientação em um cenário histórico de medo e repressão. O livro foi adaptado para o cinema em 1994, sob direção de Betty Kaplan, com Jennifer Connelly no papel de Irene e Antonio Banderas como Francisco.
Guardei-a na memória, cuidando dela para que o tempo não a desgastasse, e só agora posso finalmente contá-la. Farei isso por eles e por outros que confiaram suas vidas a mim , para que o vento não as apague…”

