São nítidas as mudanças na coleta e no tratamento de lixo.
Hoje, já não se veem nas cidades apenas os encarregados da coleta de lixo a reunir detritos. Há pessoas a recolher garrafas, papelão, papéis e plásticos. As empresas, assim como as pessoas, que trabalham nessa área são vistas de maneira diferente: não mais como “faxineiros” da cidade ou como “coletores de lixo”, mas como prestadores de serviço essencial que recolhem material para ser reciclado e que contribuem para diminuir a poluição do planeta.
Também as pessoas mudaram sua conduta em relação ao lixo. Pouco tempo atrás, elas simplesmente se livravam do lixo residencial e sentiam que terminava sua responsabilidade sobre os resíduos quando atiravam o saco de lixo no quarto de lixo do prédio ou quando o colocavam na frente de casa para a coleta. A partir dali, o problema passava a ser dos garis, da coleta municipal, dos serviçais do prédio ou da prefeitura.
Elas tinham cumprido o papel que lhes cabia ao se livrar do incômodo e, à semelhança de Pilatos, lavavam as mãos. No sentido literal, porque lavavam as mãos depois de lidarem com material sujo, e no sentido figurado, porque achavam que sua responsabilidade sobre o lixo cessara quando se livraram do incômodo mal cheiroso (como se aquele lixo tivesse sido produzido por outrem).
Essa postura tem mudado. As pessoas, de maneira geral, têm tido mais cuidado ao descartar o lixo. Têm separado lixo reciclável do lixo orgânico. Têm facilitado o trabalho da coleta e têm contribuído para o aproveitamento daquilo que é passível de ser aproveitado.
Catadores de papelão, garrafas e plástico têm obtido razoável fonte de renda com a revenda desses produtos. Além disso, colaboram para diminuir a poluição, e empresas têm faturado ao reciclarem e tratarem o lixo.
O tratamento de lixo depende da ação de três setores: a prefeitura, que recolhe o lixo e se responsabiliza por sua destinação; as empresas, que reciclam o lixo; e de todos nós, que temos parcela de responsabilidade ao acondicionar corretamente o lixo doméstico.
As usinas de reciclagem ainda trazem outra contribuição para o meio ambiente: reduzem a emissão de gás metano na atmosfera.
Temos que raciocinar que não existe lixo: existe matéria-prima em potencial que pode ser aproveitada em benefício da economia, de pessoas e do planeta. Temos que entender que a nossa parcela de contribuição no processo de coleta e reciclagem do lixo consiste em separar lixo reciclável do orgânico e bem acondicioná-los em recipientes adequados.
Há riqueza no lixo. Há matéria-prima aproveitável. Há a possiblidade de contribuir para o planeta. Quanto mais adiantado tecnologicamente o país, menor a quantidade de lixo descartado. Países mais evoluídos aproveitam o lixo de forma mais econômica e produtiva que os países menos desenvolvidos. De onde decorre uma frase: “lixo de país rico é pobre; lixo de país pobre é rico”.
Temos que contribuir para que o lixo de nossas cidades tenha bom aproveitamento de suas matérias-primas e de suas riquezas. Para isto, vamos agir no sentido de que o lixo residencial seja, de fato, pobre.