DEFINIÇÃO DE TERRORISMO
Não há consenso sobre definição única, internacionalmente aceita, do que é o terrorismo. Os interesses de grupos, de governos ou de países espalham diferentes definições mundo afora.
Boa definição foi dada por Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas de 1997 a 2006 e agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Segundo ele, “qualquer ação constitui terrorismo se tiver a intenção de causar a morte ou sérios danos corporais a civis ou não combatentes, com o propósito de intimidar uma população ou obrigar um governo ou uma organização internacional a fazer ou se abster de praticar qualquer ato”.
O Institute for Economics and Peace (Instituto de Economia e Paz), com sede em Sidney, Austrália, aceita a definição acordada pelos autores do Relatório “Global terrorismo Index” (Índice Global de Terrorismo), que define terrorismo como “o uso real ou ameaçado de força ilegal e violência por um ator estatal ou não estatal para atingir um objetivo político, econômico, religioso ou social através do medo, coerção ou intimidação”.
Em qualquer dos casos, o terrorismo é a ferramenta, é o meio, normalmente violento, empregado por alguém para atingir seus fins. Para o terrorismo, os fins justificam os meios. A intimidação e o medo provocados na população alvo justificam o assassinato de inocentes.
TIPOS DE TERRORISMO
A dificuldade de definir o terrorismo decorre, até mesmo, dos diferentes tipos de terrorismo:
- Terrorismo físico– Uso de violência, assassinato e tortura para impor seus interesses;
- Terrorismo psicológico– Indução do medo por meio da divulgação de noticias em benefício próprio;
- Terrorismo de Estado– Recurso usado por governos ou grupos para manipular a população conforme seus interesses. Quando pôs fogo em Roma para acusar os cristãos, Nero utilizou o terrorismo de Estado.
- Terrorismo econômico– Subjugar economicamente uma população por conveniência própria;
- Terrorismo religioso– Quando o incentivo do terrorismo vem da religião.
Em razão da fluidez da definição de terrorismo, há necessidade de verificar o contexto histórico e as condições de tempo e espaço para verificar se a ação constitui terrorismo.
Além disso, é preciso verificar a quem o ato terrorista interessa. Como diz a expressão latina “Cui bono?”, (A quem beneficia?). O real interessado ou beneficiado nem sempre será aquele que apertou o gatilho ou que fez a bomba explodir; o principal interessado pode estar oculto, manipulando os praticantes do ato terrorista.
AÇÃO DO HAMAS
Apesar da falta de definição inequívoca do que é terrorismo, alguns atos são claramente identificados como terroristas. Os atos praticados pelo Hamas contra Israel claramente são atos terroristas.
O Hamas tem por objetivo destruir o Estado de Israel e o tem como inimigo a ser destruído. A ação não teve como objetivo atacar instalações militares e nem conquistar objetivos (cidades, terreno, espaço físico); a ação teve por objetivo simplesmente matar civis para levar o medo, a intimidação e o pânico à população israelense. Os foguetes lançados pelo Hamas foram direcionados a cidades.
O Hamas não apresentou nenhuma exigência ao governo israelense e nem haveria razão de fazê-lo; o primeiro-ministro israelense governa um país independente e livre. Enfim, o objetivo do Hamas foi simplesmente a matança indiscriminada e o sequestro de civis, dentre os quais mulheres, crianças e idosos. As vítimas eram o foco da ação do Hamas. Não havia outro.
Os terroristas foram meros instrumentos na mão do Hamas.
Notícias recentes vindas de Israel dão conta de que as forças de segurança israelenses encontraram os corpos de 40 bebês decapitados.
Inimigos de Israel louvaram a ação do Hamas como “demonstração de força e de resistência” contra Israel. Será preciso que expliquem como o assassinato e o sequestro de quase mil pessoas, todas não combatentes e civis, dentre as quais bebês, crianças, idosos e mulheres, demonstram força, coragem e resistência.
Cláudio Duarte.
Coronel Veterano do Exército. Colunista e colaborador do PortaliMulher.
5 Comentários
💯 palavras.
💯 palavras ……
Parabéns…esclarece de forma simples e objetiva o que é terrorismo.
Difícil entender tanta barbárie .Pior ainda é constatar que tem quem defenda esse massacre cruel.
Estamos perplexos com a reação de grande parte das mídias pelo mundo. Como essas pessoas conseguem sufocar suas consciência? Se a decapitação de 40 crianças inocentes não as tocam, o que esperar delas? É de explodir de indignação e horror.Ultimamente ando chorando por qualquer motivo. Sempre esperando notícias ruins. Está complicado assistir a tudo isso impotente.
Parabéns pelo artigo artigo, Coronel Cláudio.
Parabéns Revista iMulher. C
Pela coragem para narrar os fatos. Vocês são raros.
“Inimigos de Israel louvaram a ação do Hamas como “demonstração de força e de resistência” contra Israel.” Como podem endeusar uma ação tão covarde? Atacar civis, principalmente, crianças, mulheres e idosos indefesos???? Isso não é nem uma guerra, que ambos os lados se defendem. Isso é um massacre e o Hamas tem que ser parado.