Homem foi preso recentemente na Espanha por usar óculos Ray-Ban para filmar mulheres sem o consentimento delas.
Começam a surgir conflitos entre tecnologia e privacidade.
A prisão
Um homem, que não teve o nome nem a foto divulgados, foi preso em Barcelona, Espanha, porque usava óculos inteligentes para gravar mulheres sem o consentimento delas. Ele usava as gravações em seus cursos de “sedução” e os vendia por 3 mil euros.
Ele abordava turistas estrangeiras e mantinha conversa amigável e aparentemente casual com elas e as gravava com os óculos Ray-Ban que tinham uma câmera acoplada. Ele não as avisava que seus óculos continham a câmera e nem que as estava filmando.
As mulheres não sabiam da câmera, que estavam sendo filmadas e que a conversa, muitas vezes com informações pessoais, seriam divulgadas e monetizadas.
Depois, postava os vídeos no TikTok e no Instagram como propaganda de seus cursos de técnicas de sedução.
Os óculos
Os óculos Ray-Ban Meta, que custam perto de R$ 4 mil, acendem luz branca durante a gravação de imagens, mas é fácil esconder a luz com pequenos truques. Ele escondeu a luz, de modo a não permitir que as vítimas percebessem que estavam sendo filmadas.

A Meta está preparando novas funções de Inteligência Artificial para os óculos, que permitirão identificar pessoas e lugares em tempo real.
Esta foi a primeira prisão fruto do conflito entre tecnologia e privacidade. Foi também o primeiro caso na Espanha em que alguém usou os óculos Ray-Ban para filmar e invadir a privacidade alheia. Novos conflitos deverão surgir, à medida que os óculos e peças de vestimentas receberem mais tecnologia.
Números das filmagens
A polícia espanhola analisou 329 vídeos filmados pelo homem, nos quais havia 239 conversas com detalhes íntimos das vítimas.
Os vídeos tiveram cerca de 700.000 visualizações.
Repercussões
O caso teve repercussão internacional porque foi o primeiro caso envolvendo tecnologia de ponta, privacidade, exploração digital e uso questionável de dispositivos em óculos e peças de vestimentas.