Casos de dengue
ATÉ 21 JUN | ATÉ 28 JUN | AUMENTO DO NÚMERO DE CASOS NA SEMANA | |
CASOS PROVÁVEIS | 1.503.180 | 1.516.819 | 13.639 |
ÓBITOS | 1.237 | 1.330 | 93 |
ÓBITOS EM INVESTIGAÇÃO | 688 | 615 | —- |
Casos de chikungunya
ATÉ 21 JUN | ATÉ 28 JUN | AUMENTO DO NÚMERO DE CASOS NA SEMANA | |
CASOS PROVÁVEIS | 105.467 | 107.363 | 1.896 |
ÓBITOS | 82 | 88 | 6 |
ÓBITOS EM INVESTIGAÇÃO | 70 | 64 | —– |
Casos de febre oropouche
ATÉ 21 JUN | ATÉ 28 JUN | AUMENTO DO NÚMERO DE CASOS NA SEMANA | |
CASOS PROVÁVEIS | 11.706 | 11.744 | 38 |
ÓBITOS | 4 | —– | |
ÓBITOS EM INVESTIGAÇÃO | 3 | —– |
Dados extraídos do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde e atualizados até o dia 28 de junho.
Mau uso da IA
A delegada Sheila, da Polícia Civil de Minas Gerais e deputada estadual, postou vídeo nas redes sociais alertando sobre a chantagem a que foi submetida.
Um usuário do Facebook, utilizando o nome “Otávio Augusto”, enviou para a delegada fotos de mulheres vestidas e, depois, fotos das mesmas mulheres, nas mesmas imagens, despidas. Mais tarde, o farsante enviou fotos da delegada vestida, que ele copiou das redes sociais, contendo a ameaça: “Não vai dizer nada? A próxima vai ser sua”.
Pouco tempo depois, ele enviou as mesmas fotos da delegada, agora com ela despida, como se ela estivesse se exibindo despida em fotos nas redes sociais.
É provável que o delinquente a tenha escolhido como vítima porque a delegada Sheila combate frequentemente a prática de abusos e crimes praticados nas redes sociais.
Acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã
O presidente dos Estados Unidos anunciou acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã. Os dois países violaram o acordo logo nas primeiras horas que foi implantado, como se cada um quisesse dar o último tiro.
Como o Irã não desistiu do propósito de construir bomba atômica e mantém o objetivo de destruir o Estado de Israel, esse cessar-fogo é momentâneo, possivelmente um “até breve”. Certamente as atividades bélicas não se encerrarão por completo.
De qualquer forma, o anúncio traz alívio para o mundo.
Irã
Depois da entrada em vigor do cessar-fogo, logo após votar o rompimento do Irã com o órgão de fiscalização nuclear da ONU (AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica), o parlamento iraniano entoou cânticos de “morte à América” e “morte a Israel”.
Hamas
A guerra contra o Irã e o acordo de cessar-fogo assinado aceito por Israel e pelo Irã não tiveram impacto sobre a posição do Hamas, que não está disposto a fechar acordo e devolver os reféns sem garantias do fim da guerra.
Devolução aos aposentados e pensionistas
O presidente do INSS apresentou proposta para iniciar o ressarcimento aos aposentados e pensionistas roubados a partir do dia 24 de julho, quando ocorrerá o primeiro lote para indenizar 1,5 milhão de prejudicados. O segundo lote será no dia 9 de agosto, e o terceiro, no dia 24 de agosto
O pagamento será feito diretamente na conta do beneficiado, sem necessidade de nova conta ou intermediação.
O anúncio foi feito depois de decorridos dois meses da operação da Polícia Federal que revelou o esquema de roubo.
O prejuízo estimado é de R$ 6 bilhões e envolve corretoras, associações, sindicatos, corretoras, call centers e empresas de consultoria. Ninguém foi preso.
Enquanto isso, a moça que escreveu “perdeu, Mané” na estátua da Justiça cumpre 14 anos de prisão.
Gastos do governo com viagens
Os gastos do governo com viagens atingiram R$ 604 milhões até 13 de junho de 2025.
Os gastos, obtidos pelo jornalista Cláudio Humberto, envolvem apenas diárias e passagens pagas com recursos públicos e não incluem gastos com aeronaves usadas pelo presidente da República, pela primeira-dama, por ministros do STF e presidentes dos Poderes.
R$368,6 milhões destinaram-se ao pagamento de diárias; R$ 232,7 à compra de passagens, sendo R$ 92 milhões aplicados em viagens internacionais.
Assessores parlamentares
Uma deputada do PSOL – SP – colocou dois cabeleireiros como assessores parlamentares pagando-os com verba da Câmara dos Deputados. Um deles, Indie Montiel, recebe R$ 2 mil mensais, e o outro, Ronaldo Hass, R$ 9,6 mil mensais.

Ambos fazem postagens nas redes sociais vangloriando-se de seu trabalho como maquiadores e acompanham a deputada em viagens oficiais. Hass acompanhou a deputada na viagem para Portugal, onde a deputada diz que debateu sobre os direitos da população LGBTQI+ e Paris, para onde a deputada esticou a viagem a fim de assistir a show da cantora Beyoncé.
Cada deputado tem direito de escolher até 25 assessores parlamentares para exercerem as atividades burocráticas ligadas às atividades parlamentares e conta com verba mensal de gabinete de R$ 111 mil para o pagamento deles.


A deputada declarou que “ambos os assessores são de qualidade e são maquiadores, sim, ótimos maquiadores, mas não são apenas maquiadores. São duas pessoas LBGTs com formação profissional, com graduação, que atuam em pautas importantes para o mandato parlamentar”.
Balonismo
O balão que se incendiou em Santa Catarina no dia 20 de junho, causando a morte de 8 pessoas, trouxe a discussão sobre o balonismo.
Logo após o acidente, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) expediu nota afirmando que “voos de balão são de alto risco e ocorrem por conta e risco dos envolvidos” e que “as aeronaves registradas para a prática de balonismo não são certificadas, não havendo garantia de navegabilidade. Também não existe habilitação técnica emitida para a prática, e as habilidades e os conhecimentos de cada praticante são diferenciados. Nesses casos, cabe ao desportista a responsabilidade pela segurança da operação”.
A Anac informou que trabalha para aperfeiçoar a regulamentação vigente sobre aerodesporto.
Parece o caso de colocar tranca na porta depois da casa arrombada.
Morte da brasileira na Indonésia
Juliana Martins, 27 anos, turista que adorava o turismo pelo mundo, que sofreu uma queda enquanto andava por trilha no Monte Rinjani, Indonésia, faleceu. Ela esperou por resgate na ribanceira durante 80 horas e já havia falecido quando a equipe de resgate a alcançou.
O Monte Rijani é de difícil acesso apresenta riscos aos turistas e tem histórico de acidentes com mortes. No TripAdvisor há relatos de viajantes sobre as dificuldades da trilha, que exige muito do preparo físico do caminhante.

Brasileiro gosta de externar a opinião pra tudo. Muitas mensagens nas redes sociais mostraram indignação pela demora do resgate, sem considerar as condições difíceis do terreno na área do vulcão e o clima instável na região.
Outro fato que chama a atenção foi a comoção que sua morte provocou (não que mortes não devam provocar sentimentos de solidariedade à família e comoção). Não se observa a mesma comoção quando há a supressão da liberdade no país, quando aposentados e pensionistas do INSS são roubados descaradamente e quando a corrupção campeia.
Censura
A portas fechadas, o STF decidiu que as redes sociais devem remover imediatamente conteúdos de terceiros publicados em suas plataformas por mera reclamação de quem se sentir ofendido, sem necessidade de ordem judicial. Tal decisão tornou inconstitucional o Artigo 5º da Constituição Federal que garante aos brasileiros a liberdade de expressão.
A decisão responsabiliza as big techs pelos conteúdos publicados por seus usuários. A Meta afirmou em nota que “nenhuma grande democracia no mundo jamais implementou regime de responsabilidade para as plataformas semelhante ao que foi sugerido no julgamento do STF.

Em nota, a Google e a Meta, dona do Facebook, expressaram preocupação com a liberdade de expressão após o julgamento do STF.
Um ministro do STF declarou que “o tribunal permitiu, na maior extensão possível, a liberdade de expressão”. Ora, uma parte de liberdade não significa liberdade; significa censura e restrições à liberdade.
Distração
As duas últimas semanas estiveram cheias de notícias. O conflito de Israel contra o Irã. O cessar-fogo. A queda da brasileira Juliana Martins num vulcão da Indonésia, as tentativas de resgate e seu falecimento. As mortes causadas pelo incêndio do balão em Santa Catarina.
Enquanto isso, completaram-se dois meses desde que a Polícia Federal revelou o esquema de roubo de aposentados do INSS e ninguém foi preso e nem os aposentados e pensionistas foram ressarcidos.
O governo agradece a distração do público com outras notícias. E a dengue continua matando.
Frases da semana
Arte e likes
“Em tempos de superexposição digital, não é raro que o número de seguidores nas redes sociais seja confundido com legitimidade artística. É tentador tomar a visibilidade como sinônimo de valor, mas arte não é algoritmo”.
Lara Brotas, arquiteta urbanista, com pós-graduação em Gestão Cultural pela USP e mestrado pela UFRJ, em sua coluna no jornal A Tribuna, de Vitória (ES), alertando que o número de acessos e de likes ao site de um artista ou de uma obra não mede sua qualidade e nem valor.
O mesmo vale para sites de comentaristas, influenciadores e personalidades.
Mortezinhas
“Por que mísseis de Israel destroem Gaza, matam milhares e milhares de pessoas e os mísseis que saem do Irã e efetivamente caem em Israel não matam ninguém? Tem uma mortezinha aqui e outra ali, 23 feridos daqui, 40 dali. Eu não consigo entender por que nessa guerra o Irã atinge o alvo e não mata ninguém”.
Eliane Cantanhêde, jornalista, em programa noticioso da Globo News.
Pedido de desculpas (I)
“Depois de rever a gravação da pergunta que fiz na sexta-feira, reconheço que me expressei mal e dei margem a interpretações equivocadas, que não representam meu pensamento, pelo que peço desculpas. A intenção foi fazer uma pergunta técnica sobre armamentos e sistemas de defesa”.
Eliane Cantanhêde, jornalista, desculpando-se pelas redes sociais sobre a declaração dada sobre as “mortezinhas” de israelenses, depois da repercussão negativa de sua fala considerada como lamentação das poucas de mortes de judeus diante do bombardeio iraniano.
Pedido de desculpas (II)
“Condeno o antissemitismo e não sou um monstro que “lamenta” poucas mortes em qualquer guerra que seja, mas é importante entender por que os ataques do Irã são menos mortais que os israelenses. Quais são os mísseis israelenses? Como são a defesa, as edificações e bunkers de Israel?”
Eliane Cantanhêde, em novo pedido de desculpas públicas pelas redes sociais, porquanto o primeiro não convenceu e houve até quem alegasse que ela não se desculpou e atribuiu a falha aos ouvintes e leitores que interpretaram mal sua fala. O segundo texto também teve restrições. Sempre atentos, leitores observaram o uso do “mas” no texto, pois a conjunção adversativa une ideias ou pensamentos contrários, opostos, o que coloca a segunda frase em oposição à primeira e a nega.