No mundo dos negócios e até mesmo na vida cotidiana, quem tem presença de espírito costuma sair-se bem diante de situação desconfortável e até transforma a dificuldade em comentários inteligentes, por vezes com boa dose de humor.
TOTALITARISMO NA RÚSSIA
Nikita Khrushchov, primeiro-ministro que liderou a União Soviética durante grande parte da Guerra Fria como secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, deu início ao processo de desestalinização, isto é, a eliminação do culto à personalidade de Stalin, seu antecessor.
O culto à personalidade é característica dos regimes totalitários. A múmia de Lênin encontra-se no centro de Moscou e, durante o regime comunista na URSS, era comum casais em lua-de-mel visitarem o seu túmulo. Hoje, não sabem o que fazer com a múmia, cuja conservação custa caro aos cofres públicos. Vejam ainda o exemplo do culto à personalidade nos dias atuais da Coreia do Norte. (Um repórter, que foi à Coreia do Norte, disse em seu blog que é crime dobrar um jornal no qual haja a foto do grande líder do país ou mesmo colocar uma garrafa sobre a foto dele.)
Pois bem, Nikita Khrushchov discursava numa das reuniões do Partido Comunista da URSS. Silêncio sepulcral; ninguém ousaria desafiar o líder e secretário-geral do Partido Comunista. Ele falava sobre os crimes e as atrocidades cometidos por Joseph Stalin, seu antecessor, como forma de eliminar o culto à pessoa dele.
Em dado momento, Khrushchov foi interrompido por uma voz alta que exclamou:
– Você era colaborador de Stalin. Por que não o deteve e não o impediu de promover as matanças que ele realizou?
– Quem disse isto? rugiu Khrushchov .
Silêncio absoluto. Um comentário deste tipo feito perante Stalin significaria a prisão ou o exílio na Sibéria. Ninguém se atreveu a acusar-se. Ninguém ousou acusar o atrevido. Ninguém na plateia moveu um músculo. Silêncio sepulcral. Expectativa no teatro.
Então, em voz amena, Nikita Khrushchov disse:
– Agora sabem por quê.