Há meses, sentimos na pele o peso das mudanças. De uma forma ou de outra, todos fomos afetados pela pandemia que assolou o mundo e gerou medo, morte e crise financeira. Nos últimos 19 dias, com os olhares voltados para Tóquio, uma luz acendeu para quem está atento e tem sensibilidade para olhar além. Os Jogos Olímpicos trouxeram mensagens positivas que merecem ser analisadas e assimiladas.
Em meio às dificuldades geradas pelo impacto do coronavírus, o Brasil foi recordista em pódios e superou os 19 de 2016, agora com 21 medalhas olímpicas. As mulheres tiveram o melhor desempenho da história e, por fim, conquistamos três medalhas nas cinco novas modalidades desta edição. Houve perdas, sim, como em qualquer competição, mas o saldo é positivo. O balanço dos Jogos mostra que as mudanças podem nos impulsionar a corrigir rotas, melhorar o foco e, o melhor, podem nos levar a atingir alta performance. Ser atleta no Brasil é um desafio à parte. Quem escolhe o esporte como carreira passa por desafios dos mais diversos – físicos, emocionais e estruturais (destaque para a odisseia do patrocínio). Alcançar o pódio nessas condições, ainda em meio à pandemia, merece aplausos redobrados.
Rayssa Leal, Italo Ferreira, Rebeca Andrade e todos os medalhistas de 2021 provam que mudanças podem ser positivas. Trazem dor, insegurança e perdas, mas também grandes conquistas. Todos estamos vivendo uma fase de mudanças. O Editorial desta semana propõe que cada um de nós olhe através delas para enxergar a luz que está acesa logo à frente. Fácil? Não. Rápido? Não. Indolor? Nem sempre. Mas com foco, determinação e equilíbrio emocional o pódio pode estar mais perto do que pensamos. E que venha Paris 2024, para todos nós!