Veja de onde vem o costume de analisar o novo governo 100 dias após sua posse.
A imprensa noticiou que o governo completou cem dias esta semana e até fez um balanço tentando encontrar as principais realizações no período.
Por que 100 dias? Claro que o número 100 é significativo, embora seja prazo exíguo para um governo mostrar realizações. Contudo, há motivo especial para a marca de 100 dias de governo, e ele provém dos tempos de Napoleão Bonaparte.
Napoleão foi imperador dos franceses como Napoleão I de 1804 a 1814, período em que promoveu guerras na Europa, na maioria das quais se sagrou vencedor.
Em 1813, o exército francês foi derrotado na Batalha de Leipzig pelo exército da coalisão formada pela Rússia, Prússia, Áustria e Suécia. A França se rendeu à Coalisão em março de 1814 e firmou um tratado por meio do qual Napoleão foi exilado em Elba, na costa italiana.
O exílio de Napoleão durou 10 meses. Ele fugiu de Elba em 26 de fevereiro de 1814 e retornou para a França. Em 20 de março de 1815, ele foi recebido triunfalmente em Paris como imperador. O impopular rei Francês, Luiz XVIII, fugiu da França e deixou o governo à mercê de Napoleão, que reassumiu o trono.
Ao reassumir, ele tinha dois objetivos: tentar recuperar seus antigos domínios e derrotar as tropas inglesas estacionadas na localidade de Waterloo (atual Bélgica). Napoleão reorganiza o exército e parte para a luta contra os ingleses.
Em 18 de junho de 1815, Napoleão Bonaparte foi derrotado na Batalha de Waterloo, abdicou do trono em 24 de junho de 1815 e foi enviado novamente para o exílio, agora na Ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821.
O período em que Napoleão governou, após retornar do primeiro exílio, é chamado como “o governo de cem dias”.
Surgiu daí a mística de analisar o governo 100 dias após sua posse.