Palavras e expressões populares costumam ter origem bastante curiosa, que precisa ser verificada ao longo da História e/ou do folclore regional. Vejamos a origem do nome bastante curioso da cidade de “Não me toque”.
“Não me Toque“, nome de um município gaúcho, localizado no planalto médio do Rio Grande do Sul, na microrregião do Alto Jacuí. Em 1971, o nome da cidade foi mudado para Campo Real, o qual não tinha raízes históricas. O plebiscito, realizado em 1975, fez voltar à denominação original, para alegria dos tradicionalistas locais.
O repórter Wilhan Santin, do site BemContado, promoveu concurso para escolher o município brasileiro com nome mais curioso e Não Me Toque sagrou-se vencedor com 53,9% dos votos válidos.
Há duas versões para o nome da cidade. Uma diz que o nome tem origem na vegetação dasyphyllum spinescens, composta por um arbusto de tronco curto, recoberto de espinhos de 3 a 5 cm de comprimento, agrupados de 3 em 3 ao longo do caule. A planta, conhecida como Sucará ou Espinho de Santo Antônio, e mais popularmente como não-me-toque, é abundante na região. Naturalmente o nome popular “ão me toque” se deve aos espinhos existentes na planta.
A outra versão remonta à colonização da região. Os índios que habitavam a região foram expulsos do local pelos alemães colonizadores. Mas um ancião resistiu e permaneceu no local, afirmando: “Não me toque de minha querência!”. Querência designa o local onde se nasceu, onde se criou e se viveu a vida. O velho índio não queria ser afastado da sua terra natal e não queria ser tocado de lá.
Com isto, o ancião tornou-se figura folclórica e ganhou o apelido de “Não Me Toque”. Quando as pessoas iam à região, diziam que “iam à querência de Não Me Toque”. Surgiu a cidade, que se desenvolveu e conservou o nome. Ou em homenagem ao índio ou à planta comum na região.
A história do índio apega-se mais à tradição, porquanto destaca o amor à terra, tão comum nos gaúchos.