Palavras e expressões populares costumam ter origem bastante curiosa, que precisa ser verificada ao longo da História e/ou do folclore regional.
- NÃO ENTENDER PATAVINA
A expressão “não entender patavina” significa “não entender absolutamente nada do que se vê, do que se ouve ou do que se lê”.
Na Antiguidade, Roma criou grande império que agregou diferentes povos e diferentes regiões. Apesar das vitórias e das conquistas, os romanos se colocavam acima dos povos conquistados, tanto pelo aspecto militar como pelo cultural. Os bárbaros, por exemplo, ganharam tal nome porque não dominavam a fala e a escrita do Latim.
A atual cidade italiana de Pádua chamava-se “Patavium” e foi nela que nasceu, viveu e morreu o famoso historiador Tito Lívio.
Tito Lívio (59 a C. – 17 d. C), autor da obra histórica “Ab urbe condita” (Desde a criação da cidade), relata a história de Roma desde o momento tradicional da sua fundação, em 753 a. C., até ao início do século I da Era Cristã. Ele foi muito criticado pelos escritores romanos porque não utilizava o Latim para registrar suas obras; empregava o dialeto falado pela população local.
A região de “Patavium” reunia uma série de tribos que hoje equivalem a partes dos territórios alemão, francês, belga e italiano; o lugar deveria ser um verdadeiro caldeirão de costumes e línguas.
Os estudiosos, que dominavam o Latim, reclamavam que não entendiam muito bem o que Tito Lívio escrevia e que não entendiam o que vinha de “Patavium”, que se transformou em “não entender patavina”.
Os portugueses usaram a expressão ao dizerem que não entendiam o que diziam os moradores de Pádua com quem negociavam.