Palavras e expressões populares costumam ter origem bastante curiosa, que precisa ser verificada ao longo da História e/ou do folclore regional.
ORIGEM DA EXPRESSÃO “CHEIA DE 9 HORAS”
Pessoa cheia de 9 horas é aquela meticulosa, com manias, frescuras e requintes. Pode também significar alguém muito certinho, que complica coisas simples e que vive a lembrar regras desnecessárias e a ditar código de conduta. Pessoa cheia de melindres, de “não me toques”. Enfim, é o chato.
Por que “9 horas”?
No Século XIX, 21 horas era o horário em que as pessoas se deviam recolher. Era o momento em que as visitas se despediam dos anfitriões.
A pessoa poderia estar no meio de uma boa prosa, mas o relógio batia 9 horas e ela se despedia. Pessoa certinha, rígida, cumpridora fiel de preceitos e convenções, ainda que supérfluas.
O escritor e historiador Câmara Cascudo (1898 – 1986) diz que o escritor e militar português Francisco Manuel de Melo (1608 – 1666) escreveu: “não dera ainda as nove horas, que é a taxa de todo cativeiro do matrimônio“. Traduzindo, 21 horas era a hora que todo marido deveria estar em casa, e aquele que não voltasse para casa no horário estaria em apuros com a esposa.
O horário das 21 horas vem desde o Século XVII e ajudou a expressão se firmar ao longo do tempo.