Para mim, os três eventos citados no título guardam conexão entre si e me permitiram momentos de reflexão.
As últimas semanas trouxeram acontecimentos que, à primeira vista, podem parecer desconexos. Tivemos a realização das Olimpíadas em Paris, a notícia da morte de Silvio Santos, ícone da televisão brasileira, e, na esfera pessoal, a oportunidade de passar cinco dias com meu netinho de quatro anos. Apesar das diferenças, esses três eventos têm algo em comum: cada um deles reflete, de maneiras distintas, a passagem do tempo, o legado e a importância de momentos compartilhados.
As Olimpíadas se repetem a cada quatro anos, um ciclo que marca o tempo de forma muito particular. Cada edição das Olimpíadas é única, mas, ao mesmo tempo, é parte de uma tradição que atravessa séculos. Paris, como sede em 2024, traz consigo uma aura especial, pois é uma cidade com história rica, que já foi palco dos Jogos em 1900 e 1924. Esse retorno à Cidade-Luz nos faz refletir sobre como o tempo passa e como, a cada ciclo olímpico, novas histórias são escritas enquanto outras se encerram.
Assim como os atletas que se preparam durante anos para esse momento, nós também nos preparamos para os grandes eventos da vida. As Olimpíadas são lembrete poderoso de que o tempo não para, de que é preciso estar pronto para aproveitar as oportunidades quando elas surgem. A cada quatro anos, nova geração de atletas surge, assim como as gerações em nossas próprias famílias, e com elas, a responsabilidade de passar adiante o legado de perseverança e superação.
E falando em legado, vem aí Silvio Santos (lalá lalá lalá), um dos maiores ícones da televisão brasileira, que infelizmente nos deixou em 17 de agosto de 2024, marcando o fim de uma era na comunicação e no entretenimento no Brasil. Sua presença constante nas tardes de domingo se tornou quase uma tradição para muitas famílias. Pra mim, em particular, Silvio não era apenas apresentador, ele era uma lenda viva, figura que transcendeu a própria televisão e se tornou parte da identidade cultural do Brasil. Sua morte traz um misto de tristeza e reconhecimento pelo legado incomparável que ele deixa.
A despedida de Silvio Santos lembra que, assim como em qualquer outro ciclo da vida, chega um momento em que precisamos deixar nosso legado e permitir que outros sigam adiante. Assim como as Olimpíadas, que passam o bastão para a próxima cidade-sede, Silvio Santos, em sua sabedoria e pelo curso natural da vida, agora passa o bastão para a próxima geração. Esse ciclo de renovação é inevitável e necessário e nos força a confrontar nossa própria mortalidade e a necessidade de aproveitar cada momento.
Falando em aproveitar cada momento, preciso dizer que passar cinco dias com meu netinho de quatro anos foi uma experiência maravilhosa. A energia, a curiosidade e a pureza de uma criança dessa idade são contagiosas. Esses dias foram uma verdadeira maratona de brincadeiras, perguntas e descobertas. Nesse curto período, eu pude reviver minha própria infância, refletir sobre o que aprendi ao longo da vida e, acima de tudo, compartilhar momentos preciosos com alguém que está apenas começando sua jornada.
O tempo que passei com meu netinho me lembrou da importância de estar presente. Assim como os atletas que se dedicam anos para um único momento nos Jogos Olímpicos, ou como Silvio Santos que construiu uma carreira ao longo de décadas, é nos pequenos momentos do dia a dia que construímos o verdadeiro legado. Esses cinco dias me ensinaram que, embora o tempo passe e as gerações mudem, o que realmente importa são as conexões que fazemos e os momentos que compartilhamos.
O que une as Olimpíadas em Paris, a morte de Silvio Santos e meus dias com meu netinho é o fio condutor do tempo, do legado e da presença. As Olimpíadas nos mostram como o tempo é cíclico e como o esforço de uma geração pode inspirar a próxima. A partida de Silvio Santos nos ensina a importância de construir um legado que transcenda o tempo e permaneça na memória de todos. E, finalmente, o tempo com meu netinho me lembrou do valor inestimável de estar presente nos momentos que realmente importam diante de uma era na qual a velocidade da informação muitas vezes nos faz perder de vista a importância da presença e da convivência com pessoas queridas.
Posso dizer, com toda a certeza, que esses três eventos me trouxeram clareza sobre uma verdade: a vida é feita de ciclos, de passagens e, acima de tudo, de momentos. E é na intersecção entre o tempo, o legado e a presença que encontramos o verdadeiro significado de nossa existência.
Assim como as Olimpíadas, que, com sua repetição a cada quatro anos, continuam a inspirar gerações, assim como Silvio Santos, que com sua longevidade na televisão construiu uma carreira que permanecerá na memória coletiva, nós também devemos nos lembrar de que cada momento conta. E que, no final, são os pequenos momentos compartilhados, como os cinco dias que passei com meu netinho, que realmente definem o que deixamos para o futuro.
1 comentário
Belo depoimento, Lissandra… obrigada por compartilhar conosco… reflexão carregada de sentimento e sabedoria.