Ridley Scott fez tantos filmes icônicos nas últimas décadas que é difícil listá-los todos. Alguns dos mais proeminentes, no entanto, são Alien (1979), Blade Runner (1982), Gladiador (2000), Falcão Negro em perigo (2001) e Perdido em Marte (2015). Seu mais recente projeto é um retorno ao épico histórico e potencialmente um de seus filmes mais ambiciosos em anos, Napoleão, lançado nos cinemas brasileiros em 23 de novembro.
Napoleão é uma figura histórica monumental. O filme estrelado por Joaquin Phoenix preenche muitos dos requisitos convencionais esperados de um épico sucesso de bilheteria de Hollywood. Conta com figurinos incríveis, bela fotografia, imagens ousadas e uma trilha sonora envolvente.
O filme acompanha a ascensão de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix) ao poder e as vicissitudes de seu relacionamento com sua esposa, a Imperatriz Josephine (Vanessa Kirby). Quem foi Napoleão? Isso depende de qual versão da história você está seguindo. O político sedento de poder, um titã da história que marcha vastos exércitos por toda a Europa, forjando o seu próprio destino e o do continente ou o homem de aparência mediana com um olhar penetrante que compensava a sua alegada baixa estatura com uma presença imponente. A primeira versão o apresenta como uma personificação do poder marcial; a outra, o satiriza. Acima de tudo, Napoleão era complexo, se não desconcertante.
Phoenix interpreta Napoleão – general aos 24 anos, imperador aos 35 – como um homem mal-humorado, facilmente irritável, propenso a explosões absurdas e erráticas. Mesmo as suas facetas sutis de vulnerabilidade – a forma como cobre os ouvidos quando os canhões rebentam, a sua respiração em pânico durante a primeira (de muitas) batalha, denotam o esforço do roteiro para humanizar o personagem.
O filme contém seis sequências de batalhas, incluindo o Cerco de Toulon e a Batalha de Marengo. O Cerco de Toulon (1793) foi a primeira grande vitória de Napoleão quando jovem oficial. A Batalha de Marengo ocorreu em junho de 1800. Foi uma importante vitória das forças francesas sob o comando de Napoleão Bonaparte porque obrigou os austríacos a aceitarem a derrota da campanha e a se retirarem do norte da Itália. Por fim, solidificou o poder de Napoleão como líder da França após o seu golpe de estado vários meses antes.
Os pontos positivos do filme são as batalhas sangrentas e as cenas de guerra, pois conseguem mostrar todas as conquistas históricas de Napoleão. Apesar das imprecisões factuais apontadas por alguns historiadores, Ridley Scott apresentou, de maneira completa e bem pesquisada, a mentalidade de Napoleão no ponto de vista tático militar.
Acredita-se que as filmagens tenham ocorrido em vários locais na Inglaterra, incluindo Lincoln, Buckinghamshire, Palácio de Blenheim em Woodstock e Boughton House em Kettering. As filmagens também aconteceram em Malta, um país insular no Mar Mediterrâneo. Lá reside o Forte Ricasoli, um verdadeiro forte que sofreu combates na época de Napoleão, empregado como cenário para uma das principais batalhas do filme, o Cerco de Toulon.
Quanto ao elenco, o filme foca no relacionamento tumultuado e tóxico de Napoleão e Josephine, cujo casamento foi permeado por infidelidades de ambas as partes. Os papéis secundários ficam em segundo plano, exceto pela maravilhosa participação especial de Rupert Everett como o Duque de Wellington.
“Napoleão é um homem por quem sempre fui fascinado. Ele surgiu do nada para governar tudo – mas ao mesmo tempo travava uma guerra romântica com sua esposa adúltera, Josephine. Ele conquistou o mundo para tentar conquistar o amor dela e, quando não conseguiu, conquistou-o para destruí-la e destruiu a si mesmo no processo”, afirma Ridley Scott.
Ainda que uma figura icônica como Napoleão Bonaparte tenha muito de sua trajetória a ser contada pela história, o romance com Josephine foi de suma relevância e teve enorme impacto em sua vida, que findou em 5 de maio de 1821 na ilha de Santa Helena, um território sob domínio britânico a cerca de 1.800 quilômetros de distância da costa ocidental de Angola, na África.
Dizem que por trás de um grande homem existe sempre uma grande mulher. Talvez isso também se aplique aos mais tiranos dos homens.
Dirigido por: Ridley Scott
Escrito por: David Scarpa
Produzido por: Ridley Scott, Kevin J. Walsh, Mark Huffam, Joaquin Phoenix
Produtores Executivos: Raymond Kirk, Aidan Elliott, Michael Pruss
Cast: Joaquin Phoenix, Vanessa Kirby