Projetos defendendo a redução da jornada de trabalho estão em tramitação no Congresso, com apoio dos partidos de esquerda que se dizem defensores dos trabalhadores.
A realidade é bem outra. A redução da jornada de trabalho, com o fim da jornada de 44 horas semanais de 6 dias trabalhados por 1 de descanso, trará consequências nefastas para o crescimento do país e a economia brasileira.
O jornal O Globo publicou estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) que calculou que a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais poderia aumentar a produtividade de trabalho em 1%. Contudo causaria a perda de 16 milhões de empregos e a redução de R$ 102 bilhões em arrecadação de impostos.
Caso não haja aumento da produtividade de trabalho, a perda seria ainda maior: 18 milhões de empregos e R$ 118 bilhões na arrecadação de impostos.
Conforme o jornal, o economista Fernando Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), calculou que a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais provocaria a queda de 11,3% no valor adicionado pelo trabalho à economia do país.
Apesar da diferença entre os cálculos, os números são próximos.
O problema é a demagogia dos políticos. Nenhum deles defende diminuir os salários proporcionalmente à redução do número de horas trabalhadas. Reduzir o número de horas trabalhadas sem a correspondente redução do salário equivale a aumento salarial sem que haja aumento da produção.
Sem aumento da produção, as empresas terão de repassar os custos para o consumidor, o que é sinônimo de inflação. Ou teriam de demitir trabalhadores formais por informais, o que gera desemprego.
A alegação de que a redução a jornada de trabalho proporcionará aumento da produtividade não se sustenta.
O Portal iMulher publicou artigo mostrando que o Brasil, em produtividade, em 2024 o Brasil ficou em 78º lugar dentre 131 países analisados e que a produtividade do trabalhador brasileiro representou um quarto da produtividade do trabalhador americano.
O aumento da produtividade no Brasil tem evoluído de maneira ridícula e inexpressiva faz tempo, e não será a diminuição da jornada de trabalho que terá o condão de fazê-la aumentar instantaneamente.
Dos 22 dias úteis do mês de abril, considerando a semana de segunda a sexta-feira, o brasileiro trabalhou 18 dias. Levando em conta férias de 30 dias, feriados e datas festivas municipais e nacionais, o brasileiro trabalha muito menos que a média global. O governo criou mais um feriado nacional em abril.
Portanto, não é hora de falar em redução da jornada de trabalho.
Que o bom senso, e não a demagogia, e a defesa dos interesses do país imperem no Congresso.