A coluna comemora o Dia das Bruxas trazendo músicas clássicas fantasmagóricas e que podem até ser tema de filmes de terror.
ÁRIA DA RAINHA DA NOITE, DE MOZART
A Ária (expressão musical que se destaca pela melodia e harmonia, geralmente utilizada em óperas e outros gêneros musicais) da Rainha da Noite, que integra a ópera A Flauta Mágica, foi escrita para descrever raiva.
A Rainha da Noite, raivosa, entrega uma faca para sua filha Pamina e a exorta a assassinar Sarastro, seu rival. A Rainha da Noite ambiciona o poder e o sacerdote Sarastro somente pratica o Bem.
A cena e a música são assustadoras, e as notas, muito altas, são de difícil execução.
TOCATA EM FUGA EM RÉ MENOR, DE BACH
A Tocata em Fuga em Ré Menor, de Bach, um dos mais famosos temas para órgãos, é utilizada em filmes, videogames e como tema para rocks.
Bach compôs muitas músicas sacras, mas esta tocata não se destina a cultos religiosos. Autores consideram que ela foi composta para deleite de Bach e seus amigos músicos.
A ILHA DOS MORTOS, DE RACHMANINOFF
Em 1907, o compositor russo Sergei Rachmaninoff (1883-1943) viu a cópia do quadro A Ilha dos Mortos, do pintor suíço Arnold Böcklin (1827-1901).
O quadro apresenta uma rocha isolada, com ciprestes, cercado por águas escuras em que navega um barco com uma figura branca, em pé, e um objeto que parece um caixão. A imagem remete ao barqueiro Caronte da Mitologia Grega, que tinha a missão de levar as almas dos mortos para o mundo dos mortos, o Hades, através do Rio Aqueronte.
A música começa com representação musical do remar e parece avançar sem direção, assegurando atmosfera de mistério. A música tem trechos melódicos, mas o tom tenebroso permanece durante toda a sua execução. O final remete ao início, ao som dos remos, o que dá ideia de estar no mesmo lugar.
DANÇA MACABRA, DE SAINT-SAËNS
Há várias representações da morte como o ser que arrebanha todos os seres vivos. As danças macabras, que têm representações na literatura, pintura, escultura e gravuras, sugerem a Morte conduzindo a dança dos seres vivos em direção aos próprios túmulos.
O compositor e maestro francês Saint-Saëns (1835-1931) tem como sua obra prima a Dança Macabra, composta em 1870.
A peça baseou-se numa lenda medieval, segundo a qual na noite de 31 de outubro o Diabo ou a Morte retira os defuntos de seus túmulos e os faz dançar até o amanhecer. Reparem que a peça começa com 12 notas representando as 12 batidas da meia-noite.
A “Dança Macabra” tem momentos de terror, mas há momentos leves de dança.
COMPANHEIRA
A música é companheira de todos os momentos: há música alegres e tristes, para casamentos e para funerais, para celebrações e para meditacão. O estado de espírito do momento pode até perceber a música alegre como triste, ou vive-versa. Contudo, as músicas selecionadas, ouvidas com atenção, expressam lado sombrio e assustador.