Por Simone Hillbrecht
A Segunda Guerra Mundial foi um momento decisivo na história. Período marcado por batalhas épicas e pelo heroísmo de inúmeros indivíduos que lutaram e sofreram num dos conflitos mais significativos da história da humanidade. Várias obras sobre o assunto continuam a ser escritas até hoje nos mais diversos gêneros.
A lista a seguir apresenta onze obras literárias, oferecendo aos leitores a oportunidade de mergulhar no drama e na intensidade do passado, ao mesmo tempo que explora temas complexos e questões ainda relevantes para a sociedade contemporânea.
Livros que capturam a experiência humana da guerra do ponto de vista de homens, mulheres, famílias e sobreviventes. Boa leitura!
1 – O Rouxinol [Kristin Hannah, 2021]
“Feridas cicatrizam. O amor perdura. Nós continuamos.”
SINOPSE: França, 1939: Vianne Mauriac se despede do marido, que ruma para o front. Ela não acredita que os nazistas invadirão o país, mas logo chegam tanques, soldados em marcha e aviões que despejam bombas sobre inocentes. Quando o país é tomado, um oficial das tropas de Hitler requisita a casa de Vianne, e ela e a filha são forçadas a conviver com o inimigo. Todos os seus movimentos passam a ser vigiados, e Vianne é obrigada a colaborar com os invasores para manter sua família viva. Isabelle, irmã de Vianne, é uma jovem que leva a vida com furor e paixão. Enquanto muitos fogem dos terrores da guerra, ela se apaixona por um guerrilheiro e decide se juntar à Resistência, arriscando a vida para salvar os outros e libertar seu país.
Seguindo a trajetória das irmãs e revelando um lado esquecido da História, O Rouxinol é uma narrativa sensível que celebra o espírito humano e a força das mulheres que travaram batalhas longe do front. Separadas pelas circunstâncias e divergentes em seus ideais, elas têm um tortuoso destino em comum: proteger aqueles que amam em meio à devastação da guerra – e talvez pagar um preço inimaginável por isso.
- Primeiro lugar na lista do The New York Times.
- Eleito o melhor livro do ano pelo Wall Street Journal e o melhor romance histórico pela Goodreads.
2 – O tatuador de Auschwitz [Heather Morris, 2019]
“Pepan, por que me escolheu? — Vi um homem meio morto de fome arriscar sua vida para te salvar. Imagino que você deva ser alguém que valha a pena ser salvo.”
SINOPSE: A incrível história, baseada em fatos, de um amor que os cruéis muros de Auschwitz não foram capazes de impedir. Nesse romance histórico, um testemunho da coragem daqueles que ousaram enfrentar o sistema da Alemanha nazista, o leitor será conduzido pelos horrores vividos dentro dos campos de concentração da Alemanha nazista e verá que o amor não pode ser limitado por muros e cercas. Lale Sokolov e Gita Fuhrmannova, dois judeus eslovacos, se conheceram em um dos mais terríveis lugares que a humanidade já viu: o campo de concentração e extermínio de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. No campo, Lale foi incumbido de tatuar os números de série dos prisioneiros que chegavam, trazidos pelos nazistas – literalmente marcando na pele das vítimas o que se tornaria um grande símbolo do Holocausto.
Ainda que fosse acusado de compactuar com os carcereiros, Lale, no entanto, aproveitava sua posição privilegiada para ajudar outros prisioneiros, trocando joias e dinheiro por comida para mantê-los vivos e designando funções administrativas para poupar seus companheiros do trabalho braçal do campo. Nesse ambiente, feito para destruir tudo o que nele tocasse, Lale e Gita viveram um amor proibido, permitindo-se viver mesmo sabendo que a morte era iminente.
3 – Somos os que tiveram sorte [Georgia Hunter, 2018]
SINOPSE: Baseado na história real de uma família judaica que sobreviveu aos horrores da Segunda Guerra Mundial. Na primavera de 1939, três gerações da família Kurc fazem o melhor que podem para levar vidas normais, mesmo com a sombra de uma guerra se aproximando. As conversas ao redor da mesa no Seder não são sobre a ameaça a Radom, sua cidade natal na Polônia, e sim sobre bebês e relacionamentos. No entanto, assim que os horrores nazistas que se prenunciavam na Europa se tornam inevitáveis, a família Kurc é separada, e todos precisam desesperadamente encontrar um caminho para a segurança. Genek e sua esposa Herta são levados para o exílio na Sibéria, Addy tenta fugir do continente, enquanto os outros lutam para escapar da morte certa, seja trabalhando horas exaustivas de estômago vazio nas fábricas do gueto, seja se escondendo sob identidades falsas à vista de todos. Impulsionados por uma inabalável vontade de sobreviver e pelo medo de nunca mais voltar a se ver, a família Kurc precisa confiar na esperança, na engenhosidade e na força de vontade para perseverar. Baseado na história da família de Georgia Hunter, Somos os que tiveram sorte retrata como os Kurc, lutando para sobreviver aos horrores e às atrocidades que assolaram a Europa durante a Segunda Guerra Mundial, jamais perderam a esperança. Esse livro é a prova de que, mesmo que sonhos e planos tenham de ser suspensos, jamais se deve desistir daquilo e daqueles que valem a pena.
4 – As agentes secretas de Paris [Pam Jenoff, 2020]
SINOPSE: 1946, Manhattan. Um ano depois do fim da Segunda Guerra Mundial, Grace Healey encontra uma mala debaixo de um banco da Grand Central Station, em Nova York. Incapaz de resistir à própria curiosidade, ela abre a bagagem e descobre uma dúzia de fotografias de mulheres com seus nomes escritos no verso. Em um momento de impulso e sem saber muito bem por quê, Grace pega as fotos e rapidamente deixa a estação.
Ela logo descobre que a mala pertencia a Eleanor Trigg, líder de uma rede de agentes secretas inglesas durante a guerra. Doze delas foram enviadas para a França ocupada pelos nazistas como mensageiras e operadoras de rádio para ajudar a resistência, mas nunca voltaram para casa. Na tentativa de descobrir a verdade sobre as mulheres nas fotografias, Grace se vê envolvida na história de uma jovem mãe e agente chamada Marie, cuja missão desafiadora revela uma surpreendente história sobre amizade, bravura e traição.
Vividamente narrado e inspirado em casos reais da Segunda Guerra, Pam Jenoff, autora best-seller do The New York Times, apresenta uma história de incríveis heroínas que ajudaram a derrubar o nazismo. Do ponto de vista de Grace, Eleanor e Marie, a autora cria um admirável romance sobre coragem, sororidade e a força das mulheres para frente às piores circunstâncias.
5 – O menino do pijama listrado [John Boyne, 2007]
“Qual era a diferença, exatamente?, ele se perguntou. E quem decidia quem usava os pijamas e quem usava os uniformes?”
SINOPSE: Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
- “Um livro maravilhoso.” – The Guardian “Intenso e perturbador […] pode-se tornar uma introdução tão memorável ao tema como O diário de Anne Frank foi em sua época.” – USA Today
- “Um livro tão simples e tão bem escrito que beira a perfeição.” – The Irish Independent
6 – Toda luz que não podemos ver [Anthony Doerr, 2015]
“Sabe a maior lição da história? A história é aquilo que os vitoriosos determinam.”
SINOPSE: Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu.
Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.
Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda luz que não podemos ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.
- Ganhador do Prêmio Pulitzer de Ficção 2015;
- Best seller VEJA.
7 – O bom doutor de Varsóvia [Elizabeth Gifford, 2022]
SINOPSE: Varsóvia, 1940. O gueto judeu está sob o brutal controle nazista. Centenas de milhares de homens, mulheres e crianças morrem de fome lentamente atrás de seus muros. Mas, embora tudo ao redor seja escuridão, um homem traz esperança, cuidando de um número cada vez maior de órfãos desamparados, enfrentando condições inimagináveis. Em meio a esse cenário desolador, Misha e Sophia, um jovem casal de estudantes, apaixonados e prestes a se casar, ajudam o dr. Korczak a cuidar do orfanato – um pequeno oásis de esperança e bondade. Dramático, comovente, mas sobretudo edificante, esta obra é inspirada nos relatos de Misha e Sophia, e na vida de um dos heróis mais silenciosos da Segunda Guerra Mundial: o dr. Janusz Korczak, o “bom doutor de Varsóvia”.
8 – A guerra não tem rosto de mulher [Svetlana Aleksiévitch, 2016] Prêmio Nobel de Literatura, 2015.
“Fazer a pergunta de Dostoiévski: o quanto há de humano no ser humano, e como proteger esse humano em si?”
“Uma história ainda pouco conhecida, contada pelas próprias personagens: as incríveis aventuras das soldadas soviéticas que lutaram durante a Segunda Guerra Mundial.”
SINOPSE: A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente. É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Alexiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.
9 – O diário de Anne Frank [link para a resenha]
Annelies Marie Frank (1929-1945) foi uma adolescente alemã de origem judaica. Nascida na cidade de Frankfurt, ela viveu grande parte de sua vida em Amsterdã, onde acabaria se tornando vítima do holocausto. É uma das figuras mais discutidas do século XX após a publicação de seu diário, encontrado no sótão onde a menina morou com a família em seus últimos anos de vida. Lançado em 1947, O diário de Anne Frank tornou-se um dos livros mais lidos do mundo.
10 – Vida e destino [Vassili Grossman, 1980. Em português: 2014]
“Tudo o que vive é único. É impensável que sejam idênticas duas pessoas ou duas roseiras… Onde tentam, à força, fazer desaparecer suas singularidades e peculiaridades, a vida se extingue.”
SINOPSE: Vida e destino é um épico moderno e uma análise profunda das forças que mergulharam o mundo na Segunda Guerra Mundial. Vassili Grossman, que esteve no campo de batalha e acompanhou os soldados russos em Stalingrado, compôs uma obra com a dimensão de Tolstói e de Dostoiévski, tocando, ao mesmo tempo, num dos momentos cruciais do século XX.
Este é um dos poucos romances que parecem abarcar toda a vida. Os campos de prisioneiros militares e os campos de concentração; os altos-comandos, com Hitler de um lado e Stálin de outro; a disputa insensata dos soldados por uma única casa na cidade em ruínas; e os dramas familiares dos que ficam para trás e enfrentam o terror político e a incerteza. Não existe um romance sobre a Segunda Guerra com a mesma força dramática, com o mesmo impacto.
Finalizado em 1960, e a seguir confiscado pela KGB, o livro permaneceu inédito até a metade dos anos 1980. Uma vez redescoberto, foi alçado a um dos romances mais importantes do século XX. A edição da Alfaguara de Vida e destino foi traduzida do russo por Irineu Franco Perpetuo, a partir da edição mais completa do romance, publicada na Rússia em 1989.
11 – Memórias da Segunda Guerra Mundial [Winston Churchill]
“Que grande prova isso representa de que o único caminho sensato e seguro consiste em agir, dia após dia, de acordo com o que a própria consciência parece ditar!”
SINOPSE: Neste box com os dois volumes sobre os anos cruciais de formação, desenvolvimento e conclusão da Segunda Guerra Mundial, o visionário e eloquente Winston Churchill traz um relato indispensável sobre os anos em que viveu este momento único na história. Único primeiro-ministro britânico a receber o prêmio Nobel de Literatura, Churchill é conhecido por sua atuação decisiva na derrota do fascismo. Em Memórias da Segunda Guerra Mundial, ele narra suas experiências pessoais, dos momentos mais sombrios e gloriosos da Inglaterra até a união dos Aliados e a vitória final – acontecimentos políticos que moldaram o mundo em que vivemos hoje.
No primeiro volume, Churchill reconstrói com minúcia e ritmo os principais eventos ocorridos entre 1919 e junho de 1941: desde as contendas geradas pelo Tratado de Versalhes, a fulgurante ascensão de Adolf Hitler, o novo quadro político europeu até a invasão da URSS pela Alemanha.
No segundo volume, ele relata com minúcia os eventos marcantes ocorridos desde dezembro de 1941 até 1945, como o ataque a Pearl Harbor e a construção das alianças decisivas entre Inglaterra, URSS e os Estados Unidos, além de construir um epílogo assustadoramente lúcido sobre os possíveis desdobramentos do maior conflito bélico de todos os tempos.
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