A Lojas Marisa passa por dificuldades financeiras e deverá fechar unidades no curto prazo, segundo o plano de reestruturação da empresa, o que provocará o desemprego de cerca de 1.800 colaboradores.
Evidentemente o ambiente de trabalho está pesado nas lojas. As pessoas trabalham se perguntando se a loja onde trabalha será fechada, se ela permanecerá no emprego, quem será despedido e quem será aproveitado.
A insegurança afeta o trabalho e o rendimento das pessoas.
O CEO da Lojas Marisa, João Pinheiro Nogueira Batista, assumiu a presidência do grupo em fevereiro com a tarefa de reestruturar a empresa. Ele sabe que os cortes serão necessários para a sobrevivência da Lojas Marisa. Ele sabe que lojas, que não geram caixa, serão fechadas.
Nogueira Batista poderia cumprir a difícil tarefa de fechar lojas e despedir pessoas fechado em seu gabinete, alheio ao que acontece em suas unidades e indiferente às angústias de seus colaboradores. Seria muito cômodo para ele.
Afinal, há exemplos de generais e comandantes – que podem ter sido chefes em razão da função mas nunca foram líderes – que, comodamente, se escondem atrás de escrivaninhas no conforto de seu gabinete, indiferentes às angústias e às necessidades de seus comandados ou de seus protegidos. É mais cômodo e fácil se omitir, se esconder, não se expor, não agir e não ter coragem de assumir responsabilidades que o cargo impõe. Só que essas condutas revelam o caráter fraco do chefe.
Fácil ficar ditando ordens ou recitando palavras vazias a salvo por detrás de escrivaninhas. Nogueira Batista não é chefe que tem medo de assumir responsabilidades ou de se esconder diante de situações difíceis. Ele tem feito visitas às lojas, tem levado mensagens de ânimo e engajamento para sua equipe que vive momentos de incertezas e angústias.
Nogueira Batista tem conversado para mostrar a real situação financeira do grupo e para mostrar a necessidade dos cortes e das decisões que ele está tomando.
A omissão e o ato de esconder-se frente a ocasiões, que exigem liderança e coragem, revelam covardia e fraqueza moral. Os atos de ir à linha de frente, de expor-se publicamente, de demonstrar a verdade sem subterfúgios e de solidarizar-se com os colaboradores revelam força moral e a grandeza do líder.
Enquanto as ações de covardia despertam repulsa e desprezo, as ações de coragem e atitude de Nogueira Batista têm gerado valor para a Lojas Marisa.
A solidariedade e a atenção que ele demonstrou para com os colaboradores deram novo ânimo à equipe, os quais perceberam que a empresa tem dirigente com coragem e disposição de saneá-la para mantê-la no mercado.
A marca da empresa se fortaleceu, pois colaboradores, fornecedores e acionistas perceberam que há o líder atuando e disposto a enfrentar situações difíceis.
A verdade e a transparência despertam confiança e ânimo. A omissão, que demonstra fraqueza e covardia, desperta insegurança, medo e revolta.
O êxito vem para o líder que não corre do perigo, do trabalho amargo e nem de situações difíceis.
Liderança é a habilidade de motivar, influenciar e inspirar pessoas a fim de conduzi-las em busca do atingimento dos objetivos propostos. Envolve o saber inspirar e influenciar suas ações, tomar decisões e direcionar comportamentos e esforços para alcançar os resultados desejados.
Liderar é estar à frente dos acontecimentos e da equipe; é assumir as responsabilidades com coragem e determinação.
Como diz o lema do brasão da cidade de São Paulo, “Non ducor; duco” que, em latim, significa “não sou conduzido, conduzo”.
Assim é o líder: conduz.
1 comentário
Excelente seu artigo sobre liderança!