Independência. Palavra carregada de significado. Já parou para pensar no que representa para você? Há várias interpretações possíveis e algumas delas sugerem certo egoísmo, enquanto outras remetem a anarquia ou até a utopia. Uma coisa, contudo, é líquida e certa: todos estamos atrás de independência, seja financeira, emocional, política, econômica, espiritual, sexual ou de gênero.
Neste Feriado de 7 de Setembro, quando é lembrada e comemorada a Independência do Brasil, incitamos você a refletir com profundidade sobre essa condição. Ser independente é ser livre? É não dever obediência a nada ou a ninguém? É ter autonomia? Responda a você mesma antes de seguir na leitura deste Editorial.
Dentre as várias perspectivas que encontramos uma pareceu mais plausível. ‘Independência é nosso direito e possibilidade de fazermos escolhas e tomarmos decisões que atendam aos nossos anseios’. Ao analisar a condição de ser independente dentro desse contexto, sugerimos algumas reflexões.
Independência não é liberdade, uma vez que ‘Liberdade’ é a condição de nossas escolhas e decisões serem aceitas. Independência não é autonomia. Autonomia é a capacidade de se autogovernar, tendo livre arbítrio para agir e defender os próprios valores dentro de um senso de pertencimento. É uma competência que não tem nada a ver com individualidade.
Por que levantar essa questão, afinal? Porque estamos passando por grandes mudanças que podem nos levar por caminhos tortuosos se não tivermos clareza do que buscamos e consciência do preço a ser pago pelas nossas escolhas. Fazer escolhas representa ganhar por um lado e perder por outro. Somos seres únicos vivendo em um mundo dual.
É fantástico ter liberdade, concorda? Mas, ainda assim, precisamos seguir regras de convívio social. Quem não busca autonomia, certo? Mas, cuidado para não confundir com autossuficiência. E a ‘tal’ independência? Essa deve ser ‘consumida’ com moderação para não afugentar a empatia e a humildade.
Parece óbvio que lutemos por melhores condições de vida para todos; pelo fim da dominação e influência subjugante masculina; pelo término dos dogmas religiosos e, claro, por um País sem corrupção. É imprescindível estar atento, contudo, ao tom utópico é até dicotômico de certos discursos sob pena de incorrermos em frustração, depressão e obsessão apenas para fugir do que entendíamos como opressão.
Sendo assim, ficam aqui algumas considerações que julgamos importante ponderar neste momento em que vivemos. Leia, reflita e siga na jornada com cada vez mais consciência e menos retórica:
- A felicidade é feita de momentos, esqueça o ‘pote de ouro’ no fim do arco-íris;
- Ninguém pode se blindar totalmente das interferências externas e das limitações internas;
- Na busca pelo nirvana (foco em si), cuidado para não ficar egoísta e com sentimento constante de culpa;
- Mulheres e homens têm valores, evite a polarização;
- Busque autoconhecimento e a expansão da consciência, mas não conte com um estado total e constante de equilíbrio;
- Defenda seus ideais, mas respeite o pensamento do outro.