Ninguém deseja crises pela frente, mas elas acontecem. Independentemente da nossa vontade, crises acontecem, muitas vezes provocadas por outros ou por fatores externos que não controlamos.
O mais forte da espécie não é o mais forte ou o mais inteligente,
e sim o mais receptivo a mudanças. (Charles Darwin).
Você pode ter o seu plano muito bem preparado, ter levantado todas as possibilidades de eventos, ter-se preparado para enfrentar todas as adversidades que você imaginou. Mas eis que surgem fatores adversos e você tem de estar preparado para enfrentá-los.
Os militares dizem que o inimigo é dono da vontade dele e poderá fazer o que bem entender. Seu concorrente também. Assim, você, gerente e líder, deverá estar preparado para responder a qualquer situação.
Há fatores imponderáveis e fora de seu controle, claro.
No início da pandemia, de um momento para o outro não havia mais aula, os escritórios e as lojas fecharam, os restaurantes não podiam mais servir em mesas. Quem esperava por tudo isso?
Vejam o exemplo da Ucrânia, onde a rotina mudou radicalmente. Num dia, os moradores estavam na estação do metrô indo para o trabalho. Dias depois, estavam confinados em estações de metrô para se protegerem de bombardeios.
Vejam o exemplo do Rio Grande do Sul, em que tempestades e inundações ceifaram vidas, destruíram ruas, casas, infraestrutura de cidades e cidades.
Pense bem: e se acontecesse imprevisto com você? E se seu estabelecimento fosse invadido pelas águas?
Muito difícil colocar-se no lugar do outro e se imaginar em situação que parece muito distante e pouco provável. No mínimo, você deverá contar com reservas.
Muitas pessoas temem pensar em crises e dificuldades, por temerem atrair o pior. Mas crises e dificuldades podem acontecer.
Doenças surgem repentinamente. Mortes podem acontecer na família. Despedidas de entes queridos. Desemprego e queda da renda familiar. Pneus furados. Batidas de carro, com prejuízos severos. Ninguém está livre de imprevistos.
Você deve ter o planejamento geral, que pode até não contemplar todas as hipóteses de imprevistos. Contudo, os planos devem ser flexíveis para poderem responder a novas circunstâncias. Os militares chamam a adaptação ao plano geral de “conduta de combate”, isto é, adaptar o planejamento inicial a circunstâncias especiais que ocorrem durante a luta.
Os planos devem contemplar reservas, com as quais o gerente poderá agir diante de imprevistos e interferir na evolução dos acontecimentos.
O estudo da situação do mercado e da empresa deve ser continuado, para que o gerente não seja surpreendido. Para poder antecipar-se a novas situações, o gerente deve conhecer sua empresa, sua equipe, a concorrência e o mercado.
O conhecimento do mercado, do concorrente, de si próprio, de sua equipe, dos meios disponíveis e dos objetivos ajuda na tomada da melhor decisão.
A manutenção do foco no objetivo a ser alcançado é o guia a indicar o caminho. Se desvios forem necessários, retoma-se o rumo inicial com olhos fixos no foco.

A coragem do gerente de tomar decisões no momento adequado mantém a confiança da equipe e a disposição para enfrentar dificuldades e evita pânico e dispersões. A boa decisão tardia pode ser mais prejudicial que a má decisão em tempo oportuno.
A equipe deve ser bem treinada para responder precisamente às novas ordens.
Finalmente, planejamento flexível e capacidade de adaptação a circunstâncias extraordinárias podem também ser aplicados a sua vida pessoal. Conceitos de gestão de guerra podem ser adaptados para a gestão de empresas e até mesmo para a gestão da vida pessoal.