Felix Mendelssohn, grande compositor, pianista e maestro, nasceu em 3 de fevereiro de 1809 e fez parte da “leva” de grandes compositores que viveram no início do Século XIX; foi contemporâneo de Beethoven, Liszt, Chopin, Schumann e Berlioz.
Segundo de quatro irmãos e filho de família abastada, não enfrentou dificuldades ao longo da vida. Como não dependia da música para viver, pôde viajar, estudar e dedicar-se às artes.
Felix começou a estudar piano com sua irmã mais velha, Fanny, que começou a compor muito jovem e, em razão de ser mulher, seu talento foi menos valorizado do que merece, pois viveu na sociedade preconceituosa da época. Outros tempos…
Felix e Fanny, quatro anos mais velha que ele, foram muito unidos e tinham interesses semelhantes: ambos amavam a pintura, a literatura e a música.
Os pais de Felix perceberam o seu talento precoce e proporcionaram-lhe educação esmerada, à altura de seu intelecto.
Sua tia-avó, Sara Levy, fora aluna de Wilhelm Bach, filho de Bach e, com conhecimento de música, ajudou a mãe de Felix a encaminhá-lo para a carreira musical.
Quando Felix completou sete anos, seu pai decidiu mudar-se para Paris, onde ele poderia desenvolver o talento musical que demonstrava. Em razão de sua formação, Felix desenvolveu o gosto pela literatura, pelas artes e pela filosofia.
Aos nove anos, considerado um segundo Mozart, deu o primeiro concerto ao piano. Suas primeiras composições datam de 1820, quando tinha apenas 11 anos de idade.
Sara Levy, tia-avó de Felix, recebeu de Wilhelm Bach, com quem tinha aulas de música, partituras do pai dele. Ela entregou as partituras a Felix, que pôde executar as peças. No meio das partituras, estava a “Paixão Segundo São Mateus”, que Felix apresentou ao público em 1829, quase 100 anos depois de sua primeira apresentação. A “Paixão Segundo São Mateus” é considerada obra-prima da música ocidental e será objeto de artigo especial oportunamente.
A atuação de Mendelssohn foi fundamental para que a grande obra, que estava esquecida, voltasse a ser executada na Europa e no mundo.
Quando se fala de Felix Mendelssohn, há que se falar em “Sonho de uma Noite de Verão”. Felix admirava Shakespeare profundamente e musicou a comédia de mesmo nome do escritor inglês.
A história de Shakespeare explora, de forma leve e divertida, a idolatria amorosa em oposição ao verdadeiro amor. A história se passa num bosque, onde existem fadas, elfos e duendes que usam feitiços para confundir casais apaixonados. Mendelssohn compôs uma obra alegre, solta e divertida, que expressa liberdade e alegria e bem retrata a comédia fielmente. Schumann referiu-se a ela como “derramamento de juventude”.
Em 1843, Mendelssohn acrescentou à peça musical a “Marcha Nupcial”, obra que tem perto 180 anos e ainda hoje é executada em praticamente todas as cerimônias matrimoniais. As verdadeiras músicas ficam para sempre, diferentemente das músicas descartáveis de hoje.
Alguns poucos críticos dizem que Mendelssohn, apesar de grande talento, teria sido melhor músico e melhor compositor se a vida não lhe tivesse sido tão fácil. Isto não significa que o músico precisa sofrer para produzir boas músicas. Os críticos querem dizer que as dificuldades obrigam o ser humano a lutar, a buscar alternativas e a desenvolver habilidades. Mendelssohn não precisou lutar na vida. Não sem razão, sua melhor obra é de alegria e de liberdade.
A morte de sua irmã Fanny, vítima de derrame cerebral, em maio de 1847 abalou Mendelssohn profundamente e ele faleceu 6 meses depois, em novembro de 1847, com 38 anos de idade, vítima do mesmo mal que acometeu a irmã.
Arthur executa ao piano trecho de Sonho de uma Noite de Verão e da Marcha Nupcial, de Félix Mendelssohn.