“Um dos livros mais importantes que já li – um guia indispensável para pensar claramente sobre o mundo.”
– Bill Gates
“Um livro esperançoso sobre o potencial para o progresso humano quando trabalhamos com fatos em vez de nossos preconceitos inerentes.”
– Barack Obama
‘Factfulness: o hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos’, de Hans Rosling (1948-2017) é a Dica Cultural desta sexta-feira, sugerida pela nossa editora e colunista Simone Hillbrecht.
O livro publicado postumamente foi um esforço combinado de Rosling em co-autoria com seu filho Ola Rosling e sua nora, Anna Rosling Rönnlund. Factfulness traz uma explicação sobre porque o mundo está melhorando e revela os instintos falaciosos que muitas vezes nos induzem a ter visões distorcidas da realidade. Leitura fácil e prazerosa para sua must read list.
O autor apresenta insights e experiências que aprendeu ao longo de sua carreira como médico, pesquisador e palestrante. Explica como o livro “compartilha com você as conclusões que finalmente cheguei – com base em anos tentando ensinar uma visão de mundo baseada em fatos e ouvindo como as pessoas os interpretam mal mesmo quando estão bem na frente deles – sobre por que tantas pessoas, de membros do público a especialistas muito inteligentes e altamente educados, pontuam pior do que os chimpanzés em questões factuais sobre o mundo.”
Factfulness se orienta em torno de uma série de perguntas sobre o progresso global que Rosling e sua equipe fizeram a plateias do mundo inteiro, incluindo líderes, cientistas e políticos – que a maioria errou incrivelmente. Perguntas como:
Nos últimos vinte anos, a proporção da população mundial vivendo em extrema pobreza…?
A) quase dobrou
B) ficou mais ou menos igual
C) caiu quase pela metade
O livro então usa desses equívocos para nos confrontar com estereótipos, preconceitos, falhas de informação que justificam a proposição de dez instintos (ou falácias) capazes de nos levar a fazer suposições falsas sobre o mundo moderno e mostra como as coisas são muito melhores do que tendemos a acreditar. Os capítulos terminam com conselhos sobre como evitar fazer escolhas erradas ou tirar conclusões incorretas por conta desses instintos equivocados.
Os 10 instintos que, segundo Rosling, atrapalham nossa visão analítica:
- Instinto de separação
- Instinto de negatividade
- Instinto de linha reta
- Instinto de medo
- Instinto de tamanho
- Instinto de generalização
- Instinto de destino
- Instinto de perspectiva única
- Instinto de culpar
- Instinto de urgência
Por exemplo, o instinto de separação. Esse instinto leva a separar o mundo em dicotomias: bem versus mal; rico versus pobre; “países desenvolvidos” versus “países subdesenvolvidos”. Faz com que imaginemos uma divisão entre grupos onde há apenas uma pequena variação de dados; conflito onde há concordância. Ou seja, ele distorce fortemente os dados e induz a erros interpretativos. O fato de existirem extremos não significa que a realidade seja tão polarizada, muito pelo contrário: a maior parte da população vive nos níveis médios, e apenas uma pequena parte vive na pobreza absoluta ou extrema riqueza. Para controlar esse instinto, procure a maioria.
Ao longo dos capítulos, Rosling percorre os instintos que nos conduzem a “contrariar os fatos” desviando-nos de “factfulness” e sugere algumas ferramentas para nos proteger deles:
- resista ao impulso de encontrar um bode expiatório – procure causas, não vilões;
- espere notícias ruins – são muito mais comuns;
- calcule os riscos – alguns medos naturais fazem com que os superestime e deixemos de prestar atenção no que realmente importa;
- cuidado com a perspectiva única – use outras ferramentas, há outras soluções?;
- atente às generalizações – questione suas categorizações e as diferenças reais entre elas;
- dê passos curtos – mudança lenta ainda é mudança.
E, caso você ainda esteja se perguntando, a resposta para a pergunta acima é a letra C: nos últimos vinte anos, a proporção mundial vivendo em extrema pobreza caiu quase pela metade.
P.s.: os chimpanzés, sem informação, escolheriam aleatoriamente as respostas e obteriam melhores percentuais nas repostas corretas do que humanos, que usam informação viesada e interpretam mal os fatos a sua frente.
FICHA TÉCNICA
Número de páginas: 360
Idioma: Português
Editora: Record
Data da publicação: 29 julho 2019
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