Deus criou o céu e a terra e criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança.
“Deus disse: ‘Façamos o homem a nossa imagem, segundo a nossa semelhança, e que ele submeta os peixes do mar, os pássaros do céu, os animais grandes, toda a terra e todos os animais pequenos que rastejam sobre a terra!’” (Gen, 1, 26).
“O Senhor Deus tomou o homem e o estabeleceu no jardim do Éden para cultivar o solo e o guardar” (Gen, 2, 15).
Esses dois versículos do Livro de Genesis mostram que Deus deu ao ser humano a missão de submeter (dominar) todos os seres e de cultivar o solo e o guardar. Essas missões fazem do ser humano uma espécie de administrador e gerente do jardim do Éden, pois ele deveria cuidar de toda a criação.
Para dominar a criação e cuidar dela, cabe explorar todos os seus recursos do solo e dos animais, cabe empreender, utilizar os dons do trabalho e utilizar os dons da ciência que o ser humano desenvolve a fim de cultivar o solo e dominar os outros seres da melhor maneira possível.
A figura do gestor e do empreendedor vem desde os primórdios da criação.
Mas o cultivo do solo e o domínio dos animais não se encerram em si mesmos. O trabalho de cada um, além de prover a sua própria subsistência, ainda se torna mola propulsora do desenvolvimento da sociedade para produção de bens que beneficiarão a todos. O empreendedor contribui para o bem comum, ao servir as pessoas e atender às suas necessidades.
Grupos, que dizem defender os pobres e os trabalhadores, apresentam o empresário como o malvado explorador, que enriqueceu à custa de explorar e roubar o pobre com a única finalidade de enriquecer.
O lucro é a paga pelo esforço e pelo trabalho do empresário e do empreendedor. Eles dão emprego, garantem renda e dedicam seus esforços para manter a empresa funcionando e para atender a seu público com correção e honestidade. Trabalham pelo bem comum; que tenham lucro, pois o lucro é a recompensa por seu esforço e dedicação.
Natural que haja o objetivo de progresso e lucro, porque isto faz parte da atividade empresarial e do empreendedorismo, até como reconhecimento de seu trabalho e esforço. Sem lucro nenhuma empresa subsiste.
O colaborador que trabalha para a empresa tem o seu salário. O professor que ministra aula tem o salário pago como reconhecimento do exercício de sua atividade. A costureira recebe o pagamento pelas roupas que confecciona.
E o empreendedor? Ele recebe a paga por meio do lucro, que decorre do risco de montar a empresa, de seu esforço de mantê-la funcionando, de prestar serviços à sociedade e de oferecer trabalho a seus colaboradores. O lucro também permite ao empreendedor reinvestir na empresa, fazê-la crescer e aprimorar-se para prestar melhores serviços às pessoas.
Interessante como a figura da criação do ser humano descrita no Livro de Gênesis ilustra o desenvolvimento do ser humano e da sociedade.
O trabalho e o empreendedorismo decorrem de “ganharás o pão com o suor de teu rosto”, de “submeter os animais da terra” e de “cultivar e guardar o solo”.
1 comentário
Bem oportuna a reflexao possibilitada pelo artigo em tempos em que muita gente reclama de estagnação, mas se nega ao trabalho, ao estudo e ao aperfeiçoamento. A demonizacao do patrão e empresário também entra no rol…