Repare nos filmes americanos. Difícil encontrar um filme em que não haja cena na qual a bandeira americana seja estampada. Os americanos têm até um dobrado militar, bem marcial, “Stars and Stripes Forever” (Estrelas e Listas Para Sempre), que exalta a bandeira de estrelas e listas.
O brasileiro sempre foi considerado pouco afeto a manifestações de patriotismo e de culto à Bandeira Nacional. Normalmente, a Bandeira era exposta nas ruas, em veículos, sacadas e janelas de 4 em 4 anos, por ocasião da Copa do Mundo de Futebol. Ou, não se pode esquecer, quando o Ayrton Senna, vitorioso em corridas de Fórmula 1, dava a volta vencedora com a Bandeira na mão, tremulando do lado de fora do carro.
A pouco e pouco, a Bandeira e o verde-amarelo, cores nacionais, foram sendo deixados de lado. Surgiram facções políticas que, adeptas do socialismo e do comunismo, maltrataram ainda mais a Bandeira. Desprezaram-na. Queimaram-na em público. Pisotearam-na. Pintaram-na de vermelho. Afrontaram-na, substituindo o dístico e as estrelas pela foice e o martelo. Há Bandeira com foice e martelo sendo anunciada em loja on line (Mercado Livre): o círculo azul substituído por um círculo vermelho e, dentro dele, a foice e o martelo.
Na foto da posse do presidente da República de 2002, tirada da rampa do palácio do Planalto, não se observa praticamente nenhuma Bandeira Nacional no mar de bandeiras vermelhas.
Abandonaram-na, porque a nova sociedade que pretendiam (e pretendem) criar terá nova bandeira, vermelha e não mais verde-amarela.
A facção política citada também abandonou o Hino Nacional, (letra de Joaquim Osório Duque Estrada e música de Francisco Manuel da Silva), substituindo-o pelo Hino da Internacional Socialista, cantado em seus encontros e convenções.
Eis que surge um político que abraça a Bandeira, que a valoriza e a retira do ostracismo e do desprezo a que havia sido abandonada. Ele fez ressurgir, mais forte que antes, o espírito patriótico. Reacendeu-se no país o orgulho de ostentar a Bandeira em público. Retomou-se a alegria de usar verde-amarelo e de enrolar-se no pano da Bandeira em época fora do período de Copa do Mundo. O Brasil despertou o fervor patriótico, antes adormecido.
A facção vermelha assustou-se, talvez julgando que fizera o vermelho predominar ou que o verde-amarelo jamais ressurgiria. Pressentindo o risco, passou a fazer campanhas políticas mesclando o vermelho ao verde-amarelo. De alguma forma, precisava demonstrar patriotismo ou algum sentimento nacionalista.
Surge outro problema. A Bandeira Nacional, que deveria ser o símbolo de todos os brasileiros, passou a ser considerada o símbolo apenas dos direitistas. Deixou de ser considerada a representante de todos os brasileiros. Os adeptos da facção vermelha passaram a ver a Bandeira e o verde-amarelo como adversários, quiçá inimigos.
Aliás, o líder político adepto do vermelho disse, em vídeo que circula na internet, que é uma ”babaquice” (termo por ele usado) esse negócio de verde-amarelo em tudo.
Em São Paulo, elegante senhora foi proibida de entrar em um shopping porque trazia a Bandeira Nacional aos ombros. Em Minas Gerais, um atendente de lanchonete recusou-se a atender duas senhoras que traziam a Bandeira nos ombros. Em Natal, um militar despreparado e desavisado, não permitiu que um oficial veterano adentrasse o quartel, porque ele tinha Bandeiras do Brasil nos vidros do carro. Vejam o cúmulo do desrespeito à Bandeira: nenhum local cultiva tanto a Bandeira como nos quartéis e justamente um militar, que jurou defender o País diante da Bandeira, não a reconheceu e tomou atitude ofensiva à própria Bandeira, proibindo que seu portador tivesse acesso ao quartel.
Ao invés de união e patriotismo, a Bandeira passou a segregar e dividir, em razão da divisão ideológica do país, do fanatismo e da ignorância de pessoas.
A divisão do Brasil, há muito pregada (nós contra eles; filhos contra pais; estudantes contra professores; negros contra brancos; empregados contra patrões; homossexuais contra heterossexuais; mulher contra homem;) consolidou-se até na maneira de encarar a Bandeira Nacional.
Que fazer? Há um caminho.
O líder maior da facção vermelha, que prometeu fazer governo para todos, deve orientar seus seguidores sobre o valor da Bandeira e seu simbolismo. Deve assumi-la publicamente como símbolo maior do País. Deve respeitá-la e divulgá-la. Deve despertar o patriotismo e as homenagens à Bandeira, como símbolo maior da sociedade brasileira e de cada um de nós. A não ser que pretenda implantar nova sociedade, comunista ou socialista, com nova bandeira e novas cores.
Se persistir no vermelho, as divisões e o radicalismo se acentuarão, com graves prejuízos para a paz social, para o patriotismo, para a ordem e o progresso.
A persistência no vermelho e o abandono do verde-amarelo acentuarão a divisão da sociedade brasileira, já bastante fragmentada e dividida.
A manter a divisão do País, a Bandeira nacional deixará de ser o “símbolo augusto da paz” e o “pavilhão da Justiça e do Amor”, conforme cantado em seu hino, composto pelo poeta Olavo Bilac.