O Brasil registrou aumento de 123% nos pedidos de demissão entre janeiro e maio de 2022 em comparação com igual período de 2020, conforme aponta o levantamento feito pela empresa LCA Consultores, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
O movimento segue a tendência que ocorreu nos Estados Unidos, onde grande número de trabalhadores decidiu abandonar o emprego durante a pandemia e durante o período de restrições impostas ao trabalho presencial.
O medo de sair de casa e o medo da contaminação pela COVID-19 levaram as pessoas a pedir demissão do emprego. Mas houve fortes motivos além da pandemia.
As pessoas mudaram a relação com o trabalho; perceberam que poderiam morrer de uma hora para outra e, em consequência, passaram a valorizar a casa, a autonomia e a liberdade. Com isto, pretenderam mudar o estilo profissional e o modo de vida.
Viram que há vida e possibilidades de ganho fora de seu escritório e que o salário não é o essencial. Viram que é possível sair da comodidade do salário para buscar novas perspectivas até com ganhos maiores.
Tomar a decisão de pedir demissão para iniciar nova vida ou nova atividade profissional não é fácil. Para dar esse passo, a pessoa deve ter reserva financeira para recomeçar, deve ter outra atividade profissional ou outra habilidade que possa executar para reiniciar a vida profissional.
A reserva financeira deve ser suficiente para cobrir de 6 meses a 1 ano as despesas com alimentação, moradia, transporte e contas essenciais (condomínio, se for o caso, energia, água, celular). Deve ter capital de giro para cobrir as aquisições iniciais e para cobrir o retorno, que pode demorar.
Também não se pode esquecer a elevada carga tributária no Brasil.
Ao pedir demissão para iniciar o próprio negócio, a pessoa deve ter clareza do que quer; deve ter propósito bem definido e a disposição de enfrentar os obstáculos iniciais, que são muitos.
Antes de tomar a decisão, deve analisar os prós e os contras; as perdas e os ganhos. Deve analisar o mercado e saber como e em que atuará. Deve planejar cuidadosamente as ações. Neste sentido, a coluna “Gestão de guerra”, do PORTALIMULHER, orienta o raciocínio para a boa tomada de decisões para empreender e para gerir o negócio.
O equilíbrio para analisar e decidir é fundamental. Não se deixar levar pelo entusiasmo impetuoso e nem pelo medo paralisante. O estudo da situação do mercado e da concorrência é fundamental para a boa decisão.
Finalmente, a pessoa deve ter capacitação técnica na nova atividade que exercerá; capacitação física, boa saúde e disposição para caminhar pelas próprias pernas; disposição emocional para manter o foco e a persistência; e a capacidade financeira para cobrir as despesas iniciais.
O bom planejamento, a disposição, o foco e a vontade são essenciais para iniciar e tocar o empreendimento com sucesso.