O CEO global do Carrefour “lacrou” e se deu mal.
O Carrefour, rede internacional de supermercados francesa, opera no Brasil com o Supermercado Carrefour e o Atacadão, considerado o maior atacadista do Brasil.
Alexandre Bombard, CEO global do Carrefour, declarou que as lojas francesas do Carrefour não mais venderiam carnes provenientes dos países do Mercosul. Ele deu essa declaração em resposta à manifestação dos agricultores e criadores franceses, que são contrários à proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
A explicação é simples. Os agricultores franceses recebem subsídio do governo francês e, quer produzam a cota estipulada, quer não produzam, eles recebem dinheiro do governo. Acomodados, eles foram perdendo eficiência e produtividade. Como não conseguem competir com o agronegócio brasileiro, eles criam artifícios e manifestações para impedir a assinatura de acordo entre a França e o Mercosul.
A intenção de Bombard tinha a clara intenção de proteger os interesses dos agricultores franceses, que não têm competência e nem produto de qualidade para competir com os produtos brasileiros. Mas ele fez declarações falsas sobre a qualidade da carne brasileira, expressando desconfiança sobre questões sanitárias, atitude prejudicial à imagem do produto brasileiro.
O Brasil exporta anualmente cerca de 5 milhões de toneladas de carne para o mundo inteiro e exporta apenas 6 mil toneladas de carne para a França, em torno de 0,5% do total. Número inexpressivo. Mas a fala de Bombard poderia prejudicar a reputação do produto brasileiro diante de outros países.
Felizmente, os brasileiros reagiram. Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, foi o primeiro a gravar vídeo expondo a atitude de Bombard e, ao mesmo tempo, propondo boicote à compra de produtos franceses e às lojas do Carrefour. Disse ainda que o Carrefour não mais era bem visto no Brasil.
O ministro da Agricultura propôs ao agronegócio brasileiro que não mais vendesse carne para o Carrefour Brasil e o Atacadão.
O risco de boicote ao supermercado atingiria o coração do Carrefour Brasil.
O boicote não seria ilegal; seria apenas reciprocidade: tratar o outro como ele me trata. Como eles não compram nossos produtos, também os brasileiros não deveriam comprar produtos deles e nem comprar nas lojas do Carrefour e do Atacadão.
Circularam vídeos na internet mostrando lojas e estacionamento do Carrefour vazios, principalmente no Rio Grande do Sul.
O boicote deu resultado, e o Carrefour sentiu seus efeitos. Bombard se retratou e enviou carta ao ministro da Agricultura brasileiro se desculpando por sua fala inoportuna de criticar a carne brasileira. A chancelaria francesa se movimentou para tentar diminuir o estrago.
Há mais de 40 anos, o Brasil exporta carne de boi e de frango para a Europa. O agronegócio brasileiro vive sem subsídios do governo, graças a sua competência e produtividade.
Muito comum atualmente o termo “lacração”; o francês Bombard “lacrou” e sofreu as consequências. O lacrador acabou por prejudicar os interesses da própria empresa.
O Brasil reagiu bem, com firmeza, diante da fala do francês. Assim deve ser: lutar em defesa dos interesses.
Essa história serve de ensinamento para mostrar que a atuação do presidente francês Emmanuel Macron como pseudo defensor do meio ambiente é apenas tentativa de proteger os agricultores franceses. Ele e outros ambientalistas usam o meio ambiente como pretexto para criar barreiras contra o agronegócio brasileiro e para prejudicá-lo.