Desde 2014, a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) faz anualmente uma pesquisa que apura o Índice de Cidade Empreendedora (ICE), que é uma espécie de raio-x do ambiente de negócio do Brasil.
Em 2023, a ENAP fez a pesquisa com apoio da Endeavor (organização sediada na cidade de Nova York que apoia empreendedores com potencial de impacto econômico e social em suas regiões e tem escritório no Brasil).
O ICE avalia as 100 cidades mais populosas do Brasil em sete aspectos a fim de avaliar o ambiente de empreendedorismo. Os aspectos avaliados são: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso ao capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.
O ambiente regulatório mais favorável para o empreendedor apresenta baixas alíquotas de impostos, menor burocracia de modo a permitir gastar menos tempo com questões legais e processuais, essenciais à criação e à execução do negócio.
A infraestrutura é analisada pelos aspectos de transporte, as condições urbanas mais adequadas e favoráveis ao desenvolvimento de negócios, custos de aluguel, acesso à internet e segurança urbana.
O fator mercado analisa o desenvolvimento econômico e o número de clientes em potencial das cidades.
O acesso a capital analisa a facilidade em obter recursos financeiros, necessários para que os empreendedores se arrisquem na instalação e expansão dos negócios.
O aspecto inovação analisa as condições para a criação de negócios com potencial de gerar inovações. Esse cenário diz respeito principalmente à infraestrutura tecnológica.
O capital humano passou a ter reconhecida a sua importância para o desenvolvimento econômico. A pesquisa analisa a qualidade da mão de obra básica e a mão de obra especializada das cidades.
O ICE concluiu que o capital humano nas cidades pode impactar positivamente o empreendedorismo de três formas: 1) aumenta a chance de êxito nas empresas, pois é mais provável que o empreendedor seja mais capacitado na gestão do negócio; 2) aloca recursos e facilita a coordenação de atividades de forma mais eficiente; 3) amplia as redes de relações sociais que se organizam no desenvolvimento do empreendedorismo.
O último aspecto analisado é a cultura empreendedora, que inclui o conhecimento sobre os processos de abertura de empresas. Essa avaliação considerou a frequência de busca de informações em relação a aspectos ligados ao empreendedorismo e às empresas locais, nos últimos cinco anos. “Um dos temas de busca levados em consideração na pesquisa foi o empreendedorismo feminino, porque sabemos da importância das mulheres para o desenvolvimento econômico, social e sustentável” argumenta Kamyle Medina, coordenadora-geral substituta de Pesquisa da Enap.
Duas cidades se destacaram no ranking ICE/2023.
Brasília (DF) saiu de 69º para 4º lugar por “conta principalmente das melhorias registradas no ambiente regulatório (redução da alíquota interna do ICMS) e à simplificação burocrática (diminuição de tempo gasto com processos), questões que afetam diretamente a capacidade de empreendedores abrirem e manterem seus negócios, assim como de torná-las rentáveis”, conforme registra o site da ENAP.
Boa Vista, capital de Roraima, subiu da 47º para a 6ª posição no ranking nacional, em razão do aumento da cultura empreendedora, isto é, do aumento do interesse das pessoas e das instituições do município em empreender. Além do interesse e da iniciativa das pessoas, houve o engajamento das principais instituições de apoio ao empreendedorismo, como Sebrae, Senac e Simples Nacional.
Os dados analisados devem servir de referência para você considerar ao empreendeer.
Segundo a análise da ENAP, as cidades que ocupam as primeiras posições no ranking geral do ICE/2023 em razão de apresentarem melhores condições para o empreendedorismo são:
1º – São Paulo (SP)
2º – Florianópolis (SC)
3º – Joinville (SC)
4º – Brasília (DF)
5º – Niterói (RJ)
6º – Boa Vista (RR)
7º – Curitiba (PR)
8º – Rio de Janeiro (RJ)
9º – Macapá (AP)
10º- Goiânia (GO).