No mundo dos negócios e até mesmo na vida cotidiana, quem tem presença de espírito costuma sair-se bem diante de situação desconfortável e até transforma a dificuldade em comentários inteligentes, por vezes com boa dose de humor.
Os políticos mineiros da velha guarda eram conhecidos por sua sagacidade e matreirice. Eis bom exemplo.
POLÍTICOS MINEIROS
Antes de contar o fato, cabe citar o nome de três políticos mineiros da velha guarda, porque os três nunca negaram a participação no diálogo do telegrama. Portanto, não se sabe exatamente qual ou quais deles foram protagonistas do evento.
José Maria Alckmin (1901 – 1974. Foi o 15.º Vice-presidente do Brasil entre 15 de abril de 1964 e 15 de março de 1967, no governo Castelo Branco. Foi também deputado e ministro).
Tancredo Neves (1910 – 1985. Advogado, empresário e político brasileiro, foi primeiro-ministro do Brasil e presidente da república eleito, porém não empossado).
Magalhães Pinto (1909 – 1996. Advogado, economista, banqueiro e político brasileiro com atuação em Minas Gerais, Estado do qual foi governador. Foi deputado federal, senador e ministro de Estado).
O caso vem dos idos de 1950 ou 1960, em que o telegrama era um dos meios de comunicação mais rápido. Era costume enviar telegrama de pêsames, para felicitar noivos, para dar notícia com urgência e para cumprimentar alguém por alguma efeméride ou mesmo aniversário. O presente caso refere-se a telegrama de felicitações pelo aniversário.
Um político mineiro fez aniversário e o outro político, também mineiro e muito seu amigo, esqueceu-se da data e deixou de cumprimentar o amigo. Passada a data, lembrou-se da falha, mas deixou correr o tempo.
Dias depois, os dois se encontraram, e o esquecido disse ao aniversariante:
– Perdoe-me, mas não pude ir a sua casa por ocasião de seu aniversário. Contudo, enviei-lhe um telegrama de felicitações. Você o recebeu?
Resposta imediata:
– Recebi, sim, e já mandei a resposta agradecendo-lhe. Você recebeu?