Pesquisa mostra que a visão dos liderados não faz distinção na avaliação de homens líderes e mulheres líderes.
A repórter Caroline Marino publicou matéria no jornal Valor Econômico, Ed. 02 Mar 23, que merece ser destacada pelo Portal iMulher, mormente no mês comemorativo das mulheres.
A matéria trata de levantamento, feito pela Consultoria de Recrutamento Robert Half e pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, a respeito de diferenças entre líderes homens e líderes mulheres para o exercício da gestão na visão dos liderados.
A pesquisa foi feita com 1.464 pessoas de diferentes indústrias e níveis hierárquicos entre outubro de 2021 e julho de 2022. O estudo verificou a percepção que os liderados têm de seus líderes quanto às características básicas de liderança eficaz: competência, autenticidade, benevolência, humildade e integridade. Os liderados deveriam atribuir nota de 1 a 5 aos respectivos líderes em cada um dos quesitos.
Obtido o resultado, a consultoria comparou as notas atribuídas aos homens e às mulheres no exercício da liderança.
O resultado mostrou que homens e mulheres tiveram a mesma nota, média de 4 pontos em todos os itens.
Na visão dos liderados, não houve distinção nas notas atribuídas aos líderes homens daquelas atribuídas às mulheres. Também não houve diferença das notas nos quesitos legitimidade e apoio ao time.
O homem e a mulher são vistos da mesma forma pelos liderados, recebem apoio do time da mesma forma e são vistos em igualdade de condições nos aspectos de efetividade e liderança. Também a percepção dos liderados quanto à criação de ambiente de segurança psicológica por parte de líder masculino ou feminino foi a mesma.
A predominância do número de gestores e a ascensão recente da mulher a postos de liderança poderiam fazer supor que os homens obteriam melhores resultados nos quesitos força, dominância e assertividade, e que as mulheres se siariam melhor nos itens benevolência, gentileza, humildade e acolhimento de sugestões. Não foi isso que aconteceu; os rótulos e os preconceitos em relação a um ou outro líder desfizeram-se diante da pesquisa.
Segundo Tatiana Iwai, coordenadora do Núcleo de Comportamento e Gestão de Pessoas do Insper, a pesquisa mostrou que não mais cabe a visão distorcida de que a mulher somente pode liderar equipes em determinadas situações, como as que exigem maior empatia, mais diálogo e mais tolerância.
As mulheres são tão aptas quanto os homens para liderar; não há limitações e nem barreiras para o exercício da liderança feminina.
O que normalmente acontece é que as mulheres se sentem menos seguras e se cobram mais quando exercem a liderança.
É comum que as mulheres duvidem mais da própria capacidade e competência. É comum que as mulheres achem que nem sempre reúnem as competências e as habilidades necessárias ao exercício da liderança. É comum que as mulheres sempre tenham a pretensão de mais bem se prepararem para a liderança e que ainda não estejam prontas. Elas sabem que poderão ser mais cobradas caso não se adaptem às expectativas.
Essas percepções desaparecerão à medida que a mulher vai exercendo a liderança, verifica que suas ideias conduzem a bons resultados e que a equipe está unida e coesa em torno dela.
A liderança será mais bem exercida, não em função do gênero do líder, mas de sua competência, integridade e conhecimento na condução dos trabalhos da empresa e da, autenticidade, benevolência e humildade no trato com os liderados.