Não gosto de política. Por quê? Boa parte das mulheres responde que é assunto de homem, que votam em quem seus parceiros indicam. Algumas vão mais longe, comentando que não têm tempo para isso. Infelizmente, essas mulheres ainda não entenderam que tudo na vida é política. Nossas escolhas são atos políticos. Quando decidimos abrir mão de algo em favor do nosso parceiro, de alguém querido ou mesmo no trabalho, o fazemos para agradar alguém, para beneficiar alguém ou para evitar conflitos. O ato de negociar com seus filhos: “se você fizer isso, ganha tal coisa ou poderá fazer tal coisa”. Isso não seria a política da barganha? Esses pequenos exemplos mostram que a política começa dentro de nossos lares, com o objetivo de manter a harmonia.
Somos seres políticos, independente do nosso gênero. Então, temos a obrigação, assim como os homens, de nos dedicarmos a conhecer nossos candidatos e escolhê-los de acordo com as propostas que atendam nossos anseios. Por exemplo: uma mãe com certeza quer ter uma representante na política, independente do cargo, que lute por projetos em benefício das crianças, sejam na educação ou mesmo em ajuda social. Assim como existem as preocupações com as propostas que vão contribuir com o desenvolvimento do nosso município, do nosso Estado e País. Há a preocupação com a saúde, com os idosos e com as crianças com necessidades especiais. E por aí vai. Precisamos de muitas coisas e, por isso, temos que escolher candidatos que atendam nossas aspirações.
Já sabemos que é importante nos envolvermos na política. A próxima etapa é esquecer o preconceito e pensar em escolher candidatas que nos representem. Não estou sugerindo votar em uma mulher somente devido ao sexo. Mas, sim, verificar quais as propostas das nossas candidatas para averiguar se tem alguma preparada e apta a nos representar na Assembleia Legislativa, Câmara de Deputados, Senado, Governo do Estado e Presidência. Eu acredito que tenha. Mas, o mais importante, independente do seu candidato ser homem ou mulher, é que esteja capacitado para o cargo que almeja.
E, mais uma vez, independente do sexo do candidato, a maioria dos votos é das mulheres. Vocês sabiam que somos 52% dos eleitores no Brasil? Isso significa que se todas as mulheres aptas a votar exercerem seu direito a cidadania, seremos nós que elegeremos nossos futuros mandatários.
Desde o início da República, em 1889, o Brasil teve apenas uma presidente e 16 governadoras em todo o País. E, dessas, somente oito foram eleitas para o cargo, as demais eram vice-governadoras que ocuparam o posto com a saída do titular. Ocupamos apenas 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados; no Senado, são 13%. Nas assembleias estaduais, a mesma situação: apenas 161 mulheres foram eleitas, o que também representa uma média de 15% do total de postos. Espero que esses percentuais mudem nesse pleito, que tenhamos mais representantes femininas e bem preparadas na política. Escrevi essa coluna com o objetivo de inspirar mais mulheres a votarem. Espero que tenha conseguido!
6 Comentários
Acredito que a baixa representatividade das mulheres nos governos, nas assembleias legislativas, na câmara de deputados e no senado se devia justamente ao alheamento das mulheres em relação à política. A proporção de mulheres na vida política vem aumentando á medida que aumenta o interesse delas pela política.
Passam a debater política, a ter maior participação na vida política e, naturalmente, a liderança e a capacidade delas vão se destacando, possibilitando-lhes a candidatura nas eleições e a consequente ocupação de cargos de destaque. O maior interesse gera maior participação, que gera maior destaque, que gera eleição. Brevemente, não haverá necessidade de leis com cotas para mulheres candidatas nos partidos. Vocês dominarão.
Mas acredito que essa realidade está mudando. Espero que as mulheres comecem a se interessar mais por política e votem mais conscientes.
Liliani, é bem isso, somos a maioria é precisamos ter mais representatividade. Muito bom o texto. Vamos votar para um futuro melhor para todos. O voto é a nossa contribuição.
Bem isso, Tati. Antes mesmo de sermos mulheres candidatas, devemos ser mulheres eleitoras.
Certa vez participei de um seminário onde a palestrante era uma mulher, sendo a mesma deputada de SC.
Um dos temas foi justamente este, a baixa representatividade nas cadeiras públicas , questionei ela sobre o percentual feminino da população ser maior que o masculino , aí ela me respondeu, ” mulher não vota em mulher e pobre não vota em pobre ” é esta a nossa realidade política atual.
Então, por isso temos que reforçar a importância das mulheres participarem das eleições. Exercerem a cidadania. Mas, claro, fazendo sábias escolhas e não votar só por votar.