Ipatinga, cidade de Minas Gerais rica em minério de ferro, é considerada a capital do Vale do Aço.
Contudo, a prefeitura da cidade quis diversificar as atividades do município; não se satisfez em ser apenas a capital do aço. Para isso, contratou consultoria para realizar o diagnóstico da cidade e da área rural a fim de ver suas perspectivas e pontos fortes a serem explorados.
A consultoria mapeou as propriedades rurais, analisou a capacidade e as possiblidades de cada uma delas e montou um plano conjunto. Vislumbrou a possibilidade de criar o turismo rural associado às atividades já desenvolvidas pela propriedades do município.
O Sebrae entrou no projeto e deu-lhe novo rumo. Contratou empresa de marketing para estruturar as redes sociais de cada empreendedor. As redes sociais e o marketing tornaram as propriedades e suas atividades mais conhecidas. O marketing também fez o entrelaçamento dos empreendedores e passou a fazer divulgação coletiva da região.
O turismo deve ser trabalhado no coletivo. Para isso, deve haver mais de um atrativo na região. A região passou a ser explorada com todo o seu potencial: banho de cachoeira, trilhas na mata, piscinas naturais, confortáveis chalés passaram a ser atrativos da região.
Agências de receptivos começaram a comercializar pacotes para serem comercializados, que incluem transporte, hospedagem, refeições e visitas.
O turismo rural apresenta diferentes atividades e locais a serem visitados e explorados.
No Ateliê Feito a Mão, o turista aprende a arte do mosaico e suas diversas técnicas e pode fabricar sua própria peça decorativa.
Ao visitar o Outeiros de Minas, o turista aprende o processo rudimentar de fabricação do fubá, da rapadura e do açúcar mascavo, o qual conta com moinho movido a água. Bem rústico, e o rústico atrai pessoas.
Na Fazenda da Zaca, os visitantes podem colher hortaliças e frutas, participar de oficinas gastronômicas e preparar o café da manhã, o almoço e o jantar com as hortaliças frescas que colheu.
As caminhadas pela área rural incluem a contemplação da Natureza e visita à Igrejinha de São Vicente de Paula, construída em 1752 e tombada pelo patrimônio municipal.
Caso interessante ocorreu com o casal Juninho, 54 anos, e Neia, 43 anos, que construía móveis. No aniversário de Neia, Juninho deu-lhe um presente especial: quatro vacas. Ela perguntou o que iria fazer com quatro vacas e ele, de pronto, respondeu-lhe “Queijo”.
Ela retrucou que não sabia fazer queijo, mas ele insistiu: “Aprende, ora”. Ao invés de viajar de férias, o casal matriculou-se num curso de fabricação de queijo. Em 2016, o casal fez 12 cursos sobre fabricação de queijo, largou a fabricação de móveis, abriu um restaurante e improvisou uma queijaria na despensa da casa.
Hoje, o Empório da Serra produz queijos dos tipos frescal, parmesão, do reino, trancinha e gouda, além de derivados do leite como iogurte, manteiga e doce de leite.
Muitos ensinamentos do fato citado neste artigo. Destaque para a prefeitura que explorou o potencial da região, buscou outras fontes de renda para o município, promoveu o turismo e coordenou e uniu as atividades e as pessoas.
A atuação das pessoas que empreenderam, acreditaram no projeto e deram vazão a seu conhecimento e suas habilidades.
A conclusão óbvia deste artigo é que as riquezas e os potenciais podem estar à vista e à mão de todos. Basta que se saiba explorá-los com planejamento, com organização e método.