Dia do planeta Terra, minúsculo ponto perdido na imensidão do espaço, que é nossa casa e, até o momento, a única que podemos habitar. Temos que homenageá-la.
Será que a tratamos bem e cuidamos dela, da forma como nossa casa merecer ser tratada? Não parece. O ser humano é poluidor. Além da terra e dos mares, até o espaço sideral em torno da Terra encontra-se poluído. Porém, aos poucos, estamos adquirindo a consciência da necessidade de zelar pelo planeta.
Para falar sobre o pouco cuidado com nosso planeta, vejamos o lixo que existe acima de nossas cabeças.
Lixo espacial é todo objeto lançado ao espaço que perdeu a utilidade e permanece em órbita da Terra: foguetes, estágios de foguetes, satélites deixados para trás, restos de naves, porcas, parafusos, saco de lixo, chave de fenda, peças. Até luvas perdidas por astronautas.
A partir de 1957, ano do lançamento do satélite artificial russo Sputinik, o lixo só aumenta. Parte dele permanece orbitando o planeta. Parte é atraída pela gravidade terrestre e queima na reentrada da atmosfera; pequena parte do lixo alcança o solo.
Em 1962, um pedaço de 9 quilos do satélite russo Sputinik-4 caiu no centro comercial da cidade Manitowoc, USA, e abriu uma cratera no asfalto. A maior parte do lixo espacial cai no mar.
Não havia grande preocupação com o lixo espacial, porque se achava que o espaço é muito grande e poderia conter todo o lixo espacial. Mas os cientistas perceberam que o espaço é finito e que os detritos podem permanecer em órbita durante séculos, o que só faz aumentar a quantidade de detritos em redor do planeta.
Além disto, ocorre a “Síndrome de kessler”, teoria desenvolvida por Donald Kessler, consultor da NASA – Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço, a agência espacial americana – que supõe que detritos espaciais na órbita baixa da Terra começariam a chocar-se entre si, se partiriam em pedaços menores, o que gera ainda mais lixo. É o efeito dominó.
A Agência Espacial Europeia (ESA) calcula que existem 170 milhões de pedaços de lixo com mais de 1 mm no espaço. Esses fragmentos são capazes de provocar sérios problemas se atingirem satélites em operação, naves, telescópios e a Estação Espacial Internacional, porque orbitam a Terra à velocidade de 27.000 Km/h. Existem, também, estágios de foguetes do tamanho de ônibus.
O risco de um destroço cair em nossa cabeça é mínimo. O prejuízo maior que os destroços podem causar é atingir satélites que hoje controlam utilidades em uso por nós: aparelho celular, internet, cartão de crédito, caixas eletrônicos, uso de GPS, previsão do tempo.
O Professor Jake Abbot, da Universidade de Utah, Estados Unidos, previu que a Terra pode ganhar anéis, como os de Saturno, só que composto de lixo espacial, se não forem tomadas providências para a limpeza do espaço.
O filme de ficção “Gravidade” trata deste tema: dois astronautas, encarregados de fazer reparos no telescópio espacial Hubble, são surpreendidos por uma nuvem de detritos espaciais em alta velocidade. A realidade copia a ficção: no dia 15 de novembro de 2021, os astronautas da Estação Espacial Internacional tiveram de abrigar-se em cápsulas em razão do risco de uma nuvem de lixo espacial colidir com a estação, o que colocaria em risco a vida deles.
Não há solução para o lixo espacial no curto prazo, mesmo porque essa questão começou a ser discutida há muito pouco tempo. Ainda se debatem maneiras eficazes de limpar o espaço próximo da Terra: pescar os destroços, nave-ímã para atraí-los ou incendiá-los.
Os destroços crescem em ritmo mais veloz que as soluções.
Dentro deste contexto, o melhor que cada um de nós tem a fazer é cuidar de seu lixo para reciclar o que pode ser reciclado e cuidar de nosso planeta azul. O somatório da atuação individual formará a corrente para cuidar melhor do nosso planeta.