Gestores e administradores são a base da empresa e transmitem a ela conhecimento, dinamismo e exemplos. O valor do gestor será ressaltado ao longo deste artigo. Não só o valor mas, principalmente, deveres e responsabilidades, de acordo com os ensinamentos do filósofo Sun Tzu:
“O general é o sustentáculo do Estado: se o sustentáculo for forte em todos os aspectos, o Estado será forte; se está defeituoso, o Estado será fraco.”
Fácil adaptar o texto acima para: “o gestor é o sustentáculo da empresa e, se for forte em todos os aspectos, a empresa também o será”.
O Exército tem uma expressão que diz que “o quartel é o espelho do comandante”. Por extensão, o empreendimento e a organização são o espelho de seu gestor e administrador.
O general deve dominar a arte de comandar; o gestor deve comandar a arte de administrar.
Se o gestor não tiver as qualidades necessárias para desempenhar de maneira digna e competente o seu cargo, inexoravelmente a empresa sofrerá as consequências e certamente ficará à beira do abismo.
Uma mulher apresentou-se uma petição ao imperador romano Adriano. Sobrecarregado, o imperador afastou-a, dizendo que não tinha tempo para atendê-la. “Deixe, então, de ser imperador”, disse a mulher. Adriano aceitou a censura e atendeu-a. (Citado por Will Durant, em A história da Civilização). O imperador terá de ter tempo para atender seus súditos; o gestor deverá ter tempo para atender seus clientes, seus auxiliares e todos que o procuram.
O gestor deve trilhar o caminho da competência, da honestidade e da dignidade, convergindo nele essas três virtudes: este o caminho do êxito. Os caminhos da ruína são diversos: a incompetência de administrar mal os negócios; a desorganização, que gera falta de unidade e de foco; a imprevidência, decorrente da falta de planejamento; a indisciplina, que leva à desobediência e ao desrespeito; o descaso para com o trabalho e a empresa; a indignidade, que trará a falta de respeito dos empregados; o descontrole de gastos que leva à ruína; e tantos outros. É preciso muito esforço e dedicação para a vitória; um só passo em falso pode pôr tudo a perder.
O bom gestor é aquele que se destaca por resolver os problemas antes que eles apareçam, o que será possível se houver planejamento adequado e organização. Ele vence os adversários sem lutar e sem perdas. Assim ensinou o estratego Sun Tzu:
“Lutar e vencer em todas as batalhas não é a glória suprema; a glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar.”
O filósofo chinês ensinou ainda que vencer o inimigo à custa de combates e de vitórias é “bom”, mas não é “excelente”; excelente é vencer sem batalhas e sem perdas. Ele lembra que o “bom” está próximo do regular e do ruim; por isto, o gestor deve sempre elevar-se acima do “bom” para aproximar-se do “excelente”. Quanto menor for o número de perdas e de desgaste, mais próximo o vencedor estará do excelente.
Esta a razão pela qual Sun Tzu denomina o terceiro capítulo de seu livro de “Espada embainhada”; a excelência consiste em obter a vitória com a espada embainhada:
“O chefe habilidoso conquista as tropas inimigas sem luta. Com as forças intactas e sem perdas, sua vitória será completa.”
Antes de vangloriar-se de sua importância como gestor e como administrador, preocupe-se com a sua responsabilidade e seus deveres como sustentáculo da empresa: se você, sustentáculo, for fraco e frágil, a empresa também o será.
Está você, ilustre gestor, ciente de suas responsabilidades? De seus deveres? Dos reflexos de sua ação sobre a organização?
1 comentário
Ótimo texto.
Adorei a citação da mulher que apresentou uma petição ao imperador romano Adriano.