A Dica Cultural desta sexta-feira resgata a família mafiosa mais famosa do cinema norte-americano. Quem recomenda este clássico do cinema é o nosso colunista Ronald Hillbrecht. Confira!
O Poderoso Chefão (The Godfather)
O Poderoso Chefão (The Godfather) foi lançado em 1972 há exatos 50 anos e recebeu nova versão remasterizada que irá aos cinemas nesta semana. O filme, dirigido por Francis Ford Coppola, foi agraciado com os Oscars de melhor filme, melhor ator principal (Marlon Brando, no papel de Don Corleone) e melhor roteiro adaptado, que foi baseado no famoso livro de Mario Puzo. Obteve também indicações para melhores atores coadjuvantes (James Caan, Robert Duvall e Al Pacino), diretor, figurino, edição e trilha sonora original. Duas curiosidades sobre as indicações: Al Pacino não compareceu à cerimônia em protesto por fraude percebida na categoria de melhor ator. Como sua atuação exigiu maior tempo do que a de Marlon Brando, ele acreditava que ele deveria ter recebido uma indicação de melhor ator principal. Independentemente da celeuma, a atuação do Al Pacino é simplesmente magnífica. A outra curiosidade é que a indicação de trilha sonora original foi retirada pois o tema foi uma adaptação, ou reutilização da música Fortunella, de Nino Rota.
São raros os filmes que definem um gênero (no caso, de gangsters e Máfia) e que são ovacionados como um dos melhores filmes de todos os tempos. O Poderoso Chefão retrata a ascensão e queda de uma família siciliana nos EUA, misturando magistralmente a história familiar dos Corleones com a sangrenta prática de crimes dos negócios da família. Os temas centrais do filme estão presentes nas obras dos melhores autores ao longo dos séculos, como responsabilidade familiar, o legado dos pais, a necessidade de ser respeitado e a influência corruptora do poder. Na minha visão de economista, o filme também é uma bela parábola de como administrar negócios familiares e de como o governo funciona (o que não é o governo, senão uma Máfia legalizada, que vende proteção àqueles sob sua jurisdição?), com vários elementos de teoria dos jogos e estratégia empresarial.
Em suma, é um daqueles filmes que não se pode dar ao luxo de morrer sem ter assistido. Se você ainda não teve esta oportunidade ou apenas assistiu na TV, a grande chance é agora com sua volta aos cinemas.
Confira uma pequena amostra!