Quando você muda a forma de ver as coisas, as coisas mudam de forma aos seus olhos.
Wayne Walter Dyer
Completarei cinquenta e um anos em meados de setembro. Quando pensei sobre o que escreveria nesta coluna, achei pertinente falar sobre a minha relação com o tempo. Porque muito embora a vida passe e o tempo não peça licença para passar também, procuro compreendê-lo por tudo o que ele me deu, e não pelo que me tirou.
Acho genial quando vejo pessoas se aventurando em outros mares aos cinquenta! Gente que muda o rumo profissional, divorcia, casa novamente, começa outra faculdade ou coisas muito mais simples, como mudar o jeito de se vestir. Gente que não se acomoda. Quem tem essa ousadia perante a vida, entende o tempo não como um algoz, mas como um aliado.
Sou virginiana com ascendente em Touro. Metódica, sistemática, detalhista, sempre tive certa dificuldade com mudanças. Mas não adianta, a vida obriga! Fosse por questões profissionais ou pessoais, já dei várias guinadas ao longo dos meus cinquenta anos. Algumas vezes por minha escolha, outras por livre e espontânea pressão. Porque se a gente parar, a vida vai lá e dá um empurrão nas costas. E a gente vai. Erra, acerta, às vezes despenca metros de sonho e levanta apenas milímetros de realidade. Mas vai, de qualquer jeito. Pior que arriscar na incerteza do que nos aguarda pela frente é optar pelo fatal atalho do conformismo. Acertar logo de cara é uma questão de sorte. Errar várias vezes requer talento.
Levei muito tempo para fazer as pazes com o meu corpo. Como a grande maioria das mulheres, já tive problemas com a balança. Tenho tendência a engordar, já estive acima do peso, mas nunca fui obesa, era neurótica mesmo. Dia desses, durante a sessão de RPG, minha fisio disse por alguma razão: ─ Tu estás muito magrinha (ela fala tudo no diminutivo, uma fofinha)! Há algum tempo isso teria soado como sinfonia para os ouvidos. Não mais. Aprendi a ter outra percepção de mim mesma e hoje, busco saúde em amplo espectro: corpo, mente e alma. Novas escolhas que na grande maioria das vezes só vêm com a maturidade. Antes tarde do que nunca. Afinal, daqui alguns anos ninguém se lembrará delas, exceto a gente mesmo.
Não abro mão de comer pizza no fim de semana ou tomar espumante com as amigas pela falsa ideia que isso vai aumentar o número da minha calça. Porque não vai. Não quando pratico atividade física regular e sou cuidadosa no dia a dia com a alimentação. Faço questão desses pequenos prazeres e os considero fundamentais. A velha lei do equilíbrio: não posso comer espaguete num dia e no outro também. Respeitar o meu corpo, o que eu sou, trouxe um alívio e uma leveza que a balança jamais me dará.
Não é só uma questão de viver mais tempo, mas principalmente com mais saúde, mais vigor e energia. Tentar ser feliz ao longo da caminhada e não perder o impulso de correr atrás do que é meu. Eis uma missão imprescindível para que não nos esqueçamos dos nossos sonhos, imersos na repetida decisão de priorizar coisas menos importantes. Sim, o tempo deixa suas marcas, portanto o melhor que temos a fazer é usá-lo a nosso favor, ainda que isso signifique virar a mesa aos cinquenta e um.
Pode ser uma ótima ideia, experimente!
6 Comentários
Belo texto
Excelente matéria, concordo muito com tudo. Parabéns, belas palavras para descrever como nós mulheres deveríamos pensar.
Desde que tenhamos saúde nunca será tarde para mudanças, lembrando que 51 é uma boa idéia.
Parabéns pelo texto.
Parabéns pelo texto maravilhoso. Uma visão do passar dos anos que nem sempre conseguimos aceitar com facilidade.
Desde que tenhamos saúde nunca será tarde para mudanças, lembrando que 51 é uma boa idéia.
Parabéns pelo texto.
Muito boa sua reflexão. Esta mudança na forma de ver as coisas que nos afetam e consequentemente de adaptar nossa vivência faz toda a diferença na qualidade de vida do pós 50.