O jornal O Globo noticiou que ucranianas grávidas lutam na guerra contra a Rússia até o sétimo mês de gravidez.
“Guerra é guerra, mas a vida continua”, essa a frase que Olena, primeiro nome de uma ucraniana que se encontra no campo de batalha, disse para os repórteres Cassandra Vinograd e Oleksandr Chubko, ambos do New York Times, que fizeram a matéria sobre o assunto. Ela quis dizer que pode parecer loucura mulheres grávidas estarem atuando em combate, mas a medida se faz necessária para a proteção do país.

As Forças Armadas da Ucrânia estão encontrando dificuldades para recrutar homens; ao contrário, as mulheres são voluntárias. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, o número de mulheres em combate aumentou para cerca de 70 mi, aumento de mais de 20%.
É difícil imaginar as condições difíceis que elas enfrentam na zona de guerra; somente quem vive situações de combate as sente no corpo e na própria pele: bombardeios constantes, estresse, risco de morte sempre presente, falta de aquecimento no inverno sob frio de -20 graus, sem água corrente, sem banheiros adequados, sem alimentação apropriada e alojamentos desconfortáveis.
Nadia, 25 anos, atuou como operadora de rádio na linha de frente até oito meses e meio de gravidez. Ela narrou que viveu estresse contínuo, combinado com atividade física, que sentia já ao acordar e verificar se todos os companheiros estavam vivos e se tudo estava bem.
Segundo informações das combatentes, o Exército ucraniano está mal equipado para apoiar as mulheres grávidas: não tem uniformes apropriados para gestantes, falta de exames de pré-natal, falta de creches, falta de apoio às necessidades especiais da mulher gestante. O idealismo e a necessidade de defesa da pátria fazem-nas lutar e superar todas as dificuldades. Elas querem defender o futuro dos filhos e a liberdade do país e, para isso, vão ao limite.

Elas ainda enfrentam um dilema depois do nascimento do filho: ficar em licença para cuidar do filho e se afastar do exército por três anos sem remuneração ou retornar ao campo de batalha deixando o filho com familiares.
As mulheres ucranianas não ficam apenas em funções burocráticas ou na área de saúde. Valentyna trabalha como mecânica de infantaria, cuidando da manutenção de veículos e armas. Depois de ter o filho, ela quis voltar para o exército, mas enfrentou dificuldades pois há muito sexismo no exército ucraniano. Houve um comandante que lhe disse para cuidar do filho porque guerra é coisa de homem. Ela conseguiu voltar para o exército depois que o filho tinha um ano e meio.
Idealismo, coragem e atitude mental impulsionam as mulheres ucranianas grávidas a enfrentarem as rudezas da guerra em nome do ideal da defesa da liberdade de seu país e da defesa do futuro dos filhos.
1 comentário
Queria ter a dimensão se isso acontecesse em nosso país, onde todos não só as mulheres, se escondem de seus deveres mais básicos que é cuidar dos filhos…