Gastos do Brasil com doenças ligadas ao tabagismo
Para cada R$ 1 que as empresas de tabaco lucro o Brasil gasta R$ 5 no tratamento de doenças relacionadas ao tabagismo. Os dados constam do estudo “A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta”, divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer.
Enfarte, acidente vascular cerebral (AVC), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer de pulmão são as principais doenças associadas ao tabagismo que o estrudo aponta. O levantamento concluiu que cada R$ 156 mil de lucro da indústria de tabaco equivale a uma morte em decorrência dessas doenças.
No total, os gastos do Brasil somam R$ 153 bilhões por ano, sendo R$ 67,2 de bilhões com o tratamento das doenças ligadas ao tabagismo e R$ 86,3 bilhões em custos indiretos, como perda de produtividade e afastamentos do trabalho.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) apresentou os dados no evento realizado em Brasília no dia 31 de maio, Dia Mundial Sem Tabaco.
Aumento do número de fumantes
O estudo do Inca apresenta outro dado preocupante. Pela primeira vez desde 2007, o Brasil registrou aumento na proporção de fumantes.
O Vigitel, – Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico -, realizado desde 2006 pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo monitorar anualmente, via pesquisa telefônica, a situação de saúde da população brasileira quanto a diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias. O Ministério ainda não consolidou os dados da pesquisa de 2024. Contudo, dados preliminares revelam o aumento de fumantes no país de 2023 para 2024.
À pergunta “você é fumante?”, 13,8% dos homens responderam que sim em 2024. Em 2023, a porcentagem era de 11,7%, o que mostra aumento de 18%.
Em 2023, 7,2% das mulheres consideravam-se fumantes. Em 2024, o percentual passou para 9,8%, aumento de 36%.
No total, o percentual de fumantes na população brasileira passou de 9,3% (cerca de 19,6 milhões de pessoas) para 11,6%, (cerca de 24,4 milhões de brasileiros), aumento de 25%.
É a primeira vez, desde 2007, que o Vigitel constatou aumento do número de fumantes de um ano para o outro.
Cigarro eletrônico (vape)
Outro dado preocupante é o número de fumantes de cigarro eletrônico. Em 2023, 2,1% dos adultos afirmavam usar cigarros eletrônico e a taxa de jovens de 18 a 24 anos que usavam o “vape” era bem maior. Isso apesar de o produto ser proibido no Brasil.

Muita gente, erroneamente, fuma cigarro eletrônico porque acha que é menos prejudicial e é só vapor. Apesar de parecer mais suave e mais saboroso, cigarro eletrônico é viciante e causa a inalação de produtos que levam ao colapso pulmonar, deixam os pulmões impregnados de óleo e levam à necrose alveolar.
O vape causa falsa sensação de segurança. Os fumantes o consideram mais moderno e mais seguro, mas é tão ou mais nocivo que o cigarro comum.