Vídeo muito assistido na internet mostra um elefante sendo maltratado pela manada em um zoológico. O locutor informa que o elefante desprezado tem o dom de pintar quadros e, por isso, foi rejeitado.
O locutor diz que, depois de rejeitado pela manada, o animal pinta quadros e o mostra distante dos demais elefantes, como se ele sentisse solidão e carência.
ELEFANTES ATRAEM TURISTAS
Na Tailândia, é comum o uso de elefantes para atrair turistas. Muitos animais exóticos existem apenas na Ásia e na África.
O general cartaginês Aníbal Barca (247 a.C. – 183 a.C.) utilizou os elefantes como arma nas guerras púnicas contra Roma. Elefantes foram usados como meio de transporte. Depois, como atração em circos. Agora, como atração turística.
Empresários tiveram a ideia de levar elefantes para centros turísticos para serem fotografados e tocados. Partiu-se depois para passeios em elefantes, shows dos animais fazendo atividades comuns aos humanos como sentar em banquinhos, chutar bola e, agora, desenhar.
Há quem os alimente com cerveja e anfetaminas para deleite dos turistas. Tudo com o fim de arrecadar dinheiro.
Há um fato pouco divulgado sobre o treinamento dos elefantes. Quem se diverte com a exibição do animal não imagina que o processo de treinamento do elefante é longo e cruel.
PROCESSO CRUEL DE TREINAMENTO
Animal selvagem, o elefante vive em comunidade com hierarquia estabelecida e com fortes laços com a sua família. O filhote permanece junto da mãe até a idade de 10 anos.
Para facilitar o processo de domesticação, o elefante filhote é retirado do convívio da mãe com dois anos de idade. Quanto mais novo o animal mais fácil domesticá-lo e impor a ele a vontade do domador.
O Ritual Phajaan é o processo de quebrar o espírito do filhote para forçá-lo a aprender truques.
A domesticação envolve manter o animal amarrado em correntes, espancamento pelo uso de bambus com pregos no lombo, nas pernas e nas orelhas do animal para treiná-lo a obedecer.
O tempo de treinamento do elefante varia com o tempo de resposta do animal.
É comum prendê-los em recintos pequenos e espancá-los a fim de mostrar que eles não têm vontade e que devem obedecer às ordens do adestrador, os “mahouts”.
Os elefantes são treinados para segurar o pincel pela tromba, região sensível com muitas terminações nervosas. Os mahouts usam pregos, ganchos e troncos para obrigar o elefante a segurar o pincel e a criar padrões de riscos e traços até que se pareçam algo como pintura.
Se pinta errado, o elefante pode ser espancado, tem a orelha perfurada por pregos ou pode ser agredido com pancadas de troncos na cabeça.
Durante a apresentação do elefante, os mahouts coordenam seus movimentos com pregos escondidos atrás das orelhas. Há quem afirme que elefantes não teriam capacidade de pintar se os mahouts não controlassem suas trombas.
Os animais incontroláveis são abatidos.
Quadros pintados por elefantes custam entre US$ 15 e US$ 30 (entre R$ 100 e R$ 200). Num leilão em Nova York, uma pessoa pagou US$ 19 mil (cerca de R$ 90 mil) por um quadro pintado por elefante e destinou o dinheiro à conservação dos animais.
O Zoológico Maesa Elephant Camp, na Tailândia, tem mais de 80 elefantes. Os responsáveis pelo centro tailandês afirmam que os elefantes são treinados de forma natural, sem crueldade e que os mahouts jamais maltratariam seus animais.
PROTEÇÃO DOS ANIMAIS
A SavetheAsianElephants tenta proteger os animais e atua para convencer o governo da Índia e do Reino Unido a impedir maus-tratos aos elefantes. A organização encaminhou ao governo indiano e ao britânico petição, assinada por mais de 700 mil pessoas, propondo a criação de locais para os animais aos quais fossem proibidas viagens turísticas.
Animais selvagens não existem para deleite e entretenimento dos humanos.
Ao tentar domesticar o animal selvagem, o ser humano perde a natureza humana e a racionalidade.