Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos com grande ímpeto, assinando decretos de grande impacto, consonate suas promessas de campanha e a defesa de seus ideais. Os decretos poderão ter repercussões imediatas no Brasil.
A POSSE DE DONALD TRUMP
A posse de Donald Trump como presidente da nação mais poderosa do mundo teve intensa cobertura da mídia brasileira.
Ele assinou mais de 100 decretos, muitos dos quais voltados para a política interna e a defesa dos ideais que defende para os Estados Unidos. Alguns poderão ter repercussão no Brasil.
SAÍDA DOS ESTADOS UNIDOS DO ACORDO DE PARIS
O Acordo de Paris, tratado internacional sobre mudanças climáticas, abrange medidas para alívio, adaptação e financiamento de medidas para amenizar o clima do planeta. O Acordo estabelece que os países assumam o compromisso de reduzir a emissão de gases de efeito estufa a fim de reduzir o aumento da temperatura global.
O novo governo norte-americano incentivará a exploração e o consumo de combustíveis fósseis, revertendo, assim, iniciativas anteriores do incentivo ao consumo de energia limpa.

O Brasil sediará a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano em Belém, Pará, e pretende liderar movimentos e ações em defesa do clima. A retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris esvaziará a COP30.
Não apenas isso. A área do clima se beneficia dos avanços tecnológicos de empresas norte-americanas, e essa contribuição certamente diminuirá.
ELIMINAÇÃO DE PROGRAMAS DE DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO
Donal Trump assinou decretos encerrando os programas de diversidade, equidade e inclusão do governo norte-americano, revertendo políticas anteriores de proteção a pessoas transgênero e passando a reconhecer somente os gêneros masculino e feminino.
Também proibiu a participação de homens em modalidades esportivas femininas.
A Agenda Woke, em queda no mundo, deverá sofrer baque maior com a medida, que deverá espalhar-se por outros países. Dificilmente essa medida terá grande efeito no Brasil com o atual governo.
SUSPENSÃO DE FINANCIAMENTO DE ONGs BRASILEIRAS
Donald Trump assinou decreto suspendendo o financiamento de organizações brasileiras que atuam na defesa do meio ambiente e de minorias e na defesa da diversidade. Em 2023, o Brasil recebeu 71 milhões de dólares dos Estados Unidos.
Uma das entidades é o Centro de Trabalho Indigenista, que atua no Maranhão e tem por objetivo trabalhar na recuperação ambiental de áreas indígenas. Estranho, porque sempre alegam que são os indígenas que cuidam do meio ambiente e o preservam. Questiona-se, pois, se precisaria de ONG para isso.
Outro programa que pode deixar de receber recursos é o que promove o empoderamento de mulheres quilombolas em Minas Gerais. Em 2024, o projeto recebeu 125 mil dólares do governo americano.
Donald Trump assinou decreto fechando a Agência Governamental para o Desenvolvimento Estrangeiro e suspendeu os pagamentos por 90 dias. O governo norte-americano deseja que os recursos sejam empregados por entidades alinhadas com seus ideais. Para receber os recursos americanos, as entidades deverão responder a 3 perguntas: o financiamento torna a América mais próspera? Mais segura? Mais forte?
Igualdade de gênero e racial, combate às mudanças climáticas e preservação ambiental não respondem às 3 questões propostas.
POLÍTICA COMERCIAL “AMÉRICA PRIMEIRO”
Trump implementou tarifas adicionais como parte de sua política de comércio, visando proteger indústrias nacionais e incentivar a produção interna.
Ainda não há informações sobre os produtos em que as novas tarifas incidirão. Dependendo do(s) produto(s), as exportações brasileiras poderão ter aumento de tarifas, o que poderá prejudicar a exportação brasileira. Ao terem o preço aumentado nos Estados Unidos, os produtos brasileiros se tornarão menos competitivos.

O governo norte-americano fará a revisão de acordos comerciais com outros países; ele citou China, México e Canadá; não citou o Brasil. Ainda assim, o Brasil poderá sentir os efeitos dessas tarifas no comércio exterior e no câmbio.
Bom comerciante, Trump poderá usar a ameaça de taxação como poder de barganha com parceiros internacionais.
BRICS
O grupo dos países do BRICS ameaçou deixar de usar o dólar como moeda comercial. Trump alegou que aumentará as tarifas sobre os produtos dos países do BRICS caso isso venha a acontecer.
Além disso, o Brasil preside o BRICS, que é um braço da China., tida como grande inimigo comercial dos Estados Unidos. Ainda não se tem a resposta de como ficará a relação comercial com Washington.
NOMEAÇÃO DE CARTÉIS DE DROGAS COMO GRUPOS TERRORISTAS
A nomeação de nomear cartéis de tráfico de drogas como grupos terroristas visa fechar o cerco ao narcotráfico. Apesar de fazer menção a apenas duas organizações criminosas – o Trem de Arágua, de origem venezuelana, e Las Maras Salvatruchas, fundada por gangues criminosas de El Salvador – o decreto abre brechas para que o PCC e o Comando Vermelho brasileiros sejam nomeados organizações terroristas.
A medida abre a possibilidade de operações americanas em países das Américas.
Outro decreto cita a entrada de opioides nos Estados Unidos como ameaça à soberania do país e estabelece que a defesa dos Estados Unidos seja prioridade das Forças Armadas.
BIG TECHS
O Brasil pode ter ponto de atrito com os Estados Unidos no assunto das big techs, as gigantes da tecnologia X, Google e Meta (dona do Whatsapp, Facebook e Instagram).
Enquanto Donald Trump defende a liberdade de expressão e a ausência de órgãos controladores nas redes, o governo e o STF defendem a regulamentação das plataformas digitais, sob o pretexto de que não desejam ver as redes sociais como terra sem lei.
DEFENSORES DE ORGANIZAÇÕES TERRORISTAS
Os Estados Unidos pretendem extraditar estudanrtes estrangeiros que defendem o Hamas e promoveram manifestações em defesa do grupo terrorista. O atual governo brasileiro tem se posicionado em favor do Hamas e contra Israel. O vice-presidente esteve na posse do presidente eleito do Irã e sentou-se ao lado de famosos terroristas.
Como o Brasil será visto por Donald Trump?
RESPOSTAS
Por enquanto, ninguém tem respostas claras sobre o que acontecerá.