Ao longo desses 3 anos escrevendo esta coluna abordei assuntos diferentes e, quase sempre, baseados em alguma experiência minha ou de algum conhecido. E, mesmo quando eu não sou a inspiração, há muita emoção e verdade em tudo que escrevo. Sempre brinco que, se alguém quer me conhecer melhor, é só ler os meus textos.
Leu a coluna, ficou fácil saber como funciono e no que acredito. Jamais escreverei para vocês sobre algo em que eu não acredite. E, por mais que eu trabalhe todos os dias para ser uma pessoa otimista, tem momentos em que também me sinto triste ou melancólica. Hoje, particularmente, enquanto escrevo esta coluna, estou triste.
Quem me conhece ou me segue nas redes sociais nem sempre acredita quando digo que tenho meus momentos de tristeza. “Como assim?”. Essa indagação ouço de vez em quando. Talvez porque tenho uma vida bastante agitada, com muitos eventos e um trabalho que amo. Por isso, resolvi escrever sobre a tristeza. Sou muito grata por tudo que tenho e pela pessoa que sou. Mas, sou um ser humano e, como todos, também tem momentos em que eu me sinto insegura e alguns acontecimentos me deixam triste.
No mês de agosto tive duas decepções, sendo que uma veio de uma pessoa que conheço há 5 anos. Essa pessoa, em quem eu acreditava demais, mentiu e traiu minha confiança. E não estou falando de um relacionamento amoroso, mas de alguém que foi contra os meus princípios. Quando nos decepcionamos com alguém é normal ficarmos tristes.
Neste dia que aqui escrevo também é aniversário de morte do meu pai. São 7 anos e 5 meses sem a presença dele. Esse fato também me deixou triste. Ele faz muita falta. De vez em quando brigávamos, normal em pessoas muito próximas. Mas, o apoio e o cuidado entre ambos era infinito. E, nos dias de tristeza, a alegria dele faz falta.
Eu quis escrever sobre a tristeza não para enaltecê-la, mas para lembrá-los de não se cobrarem demais quando tiverem essa emoção. De acordo com o psicólogo norte-americano Paul Ekmanm, a tristeza é uma das seis emoções básicas do ser humano, assim como a felicidade, a raiva, a surpresa, o medo e o nojo.
Ela é importante, visto que é a reação a um evento ou circunstância difícil. Ao ser exposto a algo assim, o cérebro libera hormônios que alteram o estado emocional da pessoa. Isso quer dizer que podem ocorrer reações físicas, como palpitações, choro, suor e até mesmo dores inexplicáveis.
No entanto, diferente dos sentimentos, gerados a partir das emoções, essas reações são automáticas. Ou seja, perante algum acontecimento, cada pessoa passará por uma emoção distinta, que será desenvolvida no cérebro instantaneamente. Todos os seres humanos ficam ou já ficaram tristes em algum momento de suas vidas. Essa é uma condição natural de todos os indivíduos.
Porém, a tristeza pode se apresentar em diferentes graus de intensidade, variando desde a passageira, que normalmente dura alguns minutos ou horas, à tristeza profunda, que pode persistir por vários dias ou semanas. Mas não podemos confundir tristeza com depressão. A depressão é uma doença psicológica de caráter neuroquímico, ou seja, o indivíduo depressivo não precisa de nenhum motivo específico que lhe cause o sentimento de tristeza. Enquanto que, quando estamos tristes, normalmente temos um motivo.
O que eu queria mostrar para vocês é que a tristeza faz parte das nossas vidas e do nosso processo de autoconhecimento. A tristeza é um alerta para que saibamos aproveitar os momentos de alegria, que também são passageiros.
Termino esta coluna me sentindo muito melhor do que estava quando comecei a escrever. Esse sentimento só mostra que devemos aceitar nossos momentos de tristeza. Não nos cobrarmos por estar assim, e, se for o caso, refletir sobre o que podemos mudar para que os momentos tristes sejam em menor quantidade do que os felizes.