Em 1971, a Companhia e Cervejaria Skol-Caracu, de Rio Claro, SP, lançou a primeira cerveja em lata do Brasil. A cervejaria produzia a marca Skol, sueca, e continuou a produzi-la até 1999, quando a Brahma, que se tornou AMBEV, a comprou.
A cerveja em lata caiu no gosto dos brasileiros, em razão da facilidade para o consumo individual e a segurança. Outro aspecto chama a atenção em relação às latinhas: o baixo impacto ambiental, pois elas são recicladas. O Brasil recicla perto de 97% das latinhas que produz, o que torna o país um dos maiores recicladores de latas de alumínio do mundo.
Quando lançada, correu boato de que a lata alterava o gosto de cerveja, mas isto não é verdade.
As primeiras latas eram produzidas em folha de flandres, laminado composto de ferro, aço de baixo teor de carbono revestido com estanho. Esse tipo de lata foi substituído pelas de alumínio, que têm a vantagem de gelar a cerveja mais rapidamente, de serem mais sustentáveis porque requerem menos energia na reciclagem e têm maior capacidade de vedação, o que ajuda a conservar o gás natural da cerveja.
O Brasil produz 13 tipos de latas, em tamanhos que variam de 220 ml a 710 ml. 79% da cerveja produzida no Brasil são embalados em latas e apenas 21% em garrafas.
De acordo com a Consultoria Euromonitor, em 2020 o Brasil produziu 32 bilhões de latas de alumínio: 19,6 bilhões de latas destinados à embalagem de cerveja e 12,4 bilhões usados para embalar refrigerante, suco, energético, chás, água e coquetéis.
A lata comum de cerveja ou refrigerante, de 350 ml, tem 12,6 cm de altura por 6 cm de diâmetro. Colocando os 19,6 bilhões de latas produzidas para embalagem de cerveja uma em cima da outra, daria para fazer um tapete da Terra à Lua, com 6 latinhas de largura.
Usando os 32 bilhões de latas produzidas, o tapete da Terra à Lua seria mais largo, com 10 latinhas. Se elas não fossem recicladas, o volume de lixo seria enorme.
Os fabricantes de latinhas faturam 14 bilhões de reais por ano e vêm acelerando investimentos.