A obra inacabada do Hotel Ryugyong, na Coreia do Norte, é belo exemplo do custo de contrariar princípios básicos do mercado e da gestão de empresas.
O Hotel Ryugyong é um arranha-céu inacabado de 105 andares, em forma de pirâmide, localizado em Pyongyang, capital da Coreia do Norte. Atualmente o prédio é listado pelo Guiness World Records como o “edifício desocupado mais alto do mundo“.
A construção começou em 1987 e foi interrompida em 1992, quando a Coreia do Norte entrou em período de grave crise econômica após a dissolução da União Soviética.

A União Soviética sustentava regimes comunistas ao redor do mundo, como forma de propagar seu regime. Cuba e Coreia do Norte são exemplos de países que entraram em crise econômica depois que deixaram de ser sustentados pela URSS. Nenhum regime comunista subsiste por si mesmo.
Em 1992, a estrutura do hotel estava completa, mas o exterior foi concluído somente em 2011. Em 2023, o edifício permanece fechado.
Um guindaste de construção enferrujado permaneceu no topo do edifício, o que a BBC de Londres chamou de “lembrete da ambição frustrada de um Estado totalitário”. A revista americana Esquire o classificou como “o pior edifício da história da humanidade“.

No final dos anos 1990, a Câmara de Comércio da União Europeia na Coreia inspecionou o edifício e concluiu que a estrutura era irreparável. Foram levantadas dúvidas sobre a qualidade do concreto utilizado na construção do edifício e o alinhamento dos seus poços de elevador, que consideravam tortos.
O local foi descrito como “hotel maldito” ou “hotel fantasma” pela imprensa.
Construído para refletir a pujança da Coreia do Norte, o hotel consumiu US$ 750 milhões (ou 2% do PIB do país) e nunca foi acabado.
Como resultado, o Ryugyong tornou-se símbolo do fracasso da economia norte-coreana e motivo de constrangimento para o regime comunista.
Não há previsão de quando o hotel receberá o primeiro hóspede.
A construção inacabada do Hotel Ryugyomg prima pela desobediência a princípios fundamentais do comércio e seu fracasso confirma o acerto desses princípios.
Falta de planejamento e precipitações estúpidas para mostrar poderio sem o necessário suporte financeiro e tecnológico.
Contar com recurso de outrem e falta de recursos próprios, o que levou o país a “dar o passo maior que a perna”.
Desconhecimento das próprias condições; não conhecer-se a si próprio e nem as próprias limitações e dificuldades.
Maior preocupação com ostentação que com meios para atingir o objetivo.
Você poderá encontrar outros princípios afrontados.
3 Comentários
Coronel Cláudio, mesmo que desse certo essa obra faraônica, eles dependeriam de hóspedes estrangeiros para ocupar o hotel. Complicado…
Regime totalitário não atrai turistas.Imagino o preço que seria e o monte de restriçoes a que seriam submetidos.
Quem escolhe uma viagem dessas teria que ter espírito de aventura e obediência .
Acho, como a Zélia, que se tivessem terminado a obra, ainda assim, seria um prédio abandonado, por falta de hóspedes…
Boa noite, Cláudio. Não é a primeira e, com certeza, não será a última obra faraônica em pais submetido à uma ditadura comunista. Até em países com governos eleitos constroem-se navios que nunca navegarão , refinarias que nunca produzirão…