O gestor tem de conhecer sua organização em todos os aspectos: os meios de que dispõe e os que lhe faltam; as suas possibilidades (o que pode e o que não pode fazer); as suas deficiências (limites e dificuldades); os seus pontos fortes (explorá-los) e os seus pontos fracos (reforçá-los).
Talvez a frase mais famosa de Sun Tzu seja esta:
Se conhecemos o inimigo e a nós mesmos não precisamos temer o resultado de cem combates. Se nos conhecemos, mas não conhecemos ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas.
O conhecimento da própria organização advém do planejamento, da vivência da rotina de trabalho e da convivência com sua equipe. Além da sua organização, o gestor deve também conhecer-se a si mesmo como pessoa: sua personalidade, suas características pessoais (indeciso, arrojado, desorganizado ou previdente).
“Conhecer-se a si mesmo”, aforismo que vem da Grécia Antiga, foi inscrita no pátio do Templo de Apolo em Delfos, ou seja, é sabedoria milenar. A autoria da frase é atribuída a diferentes pensadores.
O conhecimento do concorrente se faz pela análise de seus planos, de suas ações e pelo conhecimento de seu objetivo.
Conhecendo-se a si mesmo, conhecendo a sua organização e a seus concorrentes, o gestor está em boas condições de verificar as opções para sua empresa e decidir pela melhor.
Algum tempo depois de Sun Tzu, o militar chinês Su-ma Ch’ien acrescentou outro ensinamento a sua célebre frase:
“Se um general ignorar o princípio da adaptação, não deve ser colocado em posição de autoridade. O hábil empregador de homens usará o prudente, o bravo, o cobiçoso e o burro. Pois o prudente terá prazer em aplicar seu mérito; o bravo, sua coragem em ação; o cobiçoso é rápido em tirar vantagens e o burro não teme a morte.”
A virtude de colocar a pessoa certa na função certa decorre do conhecimento da equipe de colaboradores (de suas capacidades e deficiências) e das funções a serem desempenhadas, de modo a explorar o que cada um tem de melhor a oferecer. Para isto, o gestor tem de conhecer sua equipe. Botar o carpinteiro para trabalhar como pedreiro é deixar de obter o que o carpinteiro tem de melhor.
O gestor tem de conhecer ainda seus aliados e seus oponentes, seus fornecedores e seus clientes, pois somente assim estará seguro para planejar e atuar. Só assim saberá o que esperar de cada um deles para não ser surpreendido. Só assim poderá antecipar-se aos problemas.
Há três caminhos certos para a derrota:
- Não saber quais tarefas são impossíveis (o gestor que insiste em realizar tarefas impossíveis desconhece as possibilidades e as limitações de sua organização e, evidentemente, se desgastará e jamais realizará tais tarefas);
- Não saber quais tarefas são necessárias (neste caso, o gestor poderá deter-se diante de obstáculos e deixará de fazer adaptações necessárias. Dentre essas, há que saber priorizar as mais urgentes e mais necessárias); e
- Ignorar e desprezar as necessidades da organização (estará desconhecendo sua organização e conduzindo-a ao fracasso).
Perguntas para dar o que pensar às gentis leitoras: Conhece-se a si mesmo? Conhece sua organização? Conhece sua equipe e seus aliados? Conhece seus fornecedores? Conhece seus concorrentes? Conhece seus clientes? Sabe o que esperar deles?
2 Comentários
Maravilhoso o comentário. Auto conhecimento é tudo. Avaliar o outro através de suas atitudes é fundamental. Utilizar as qualidades de cada um e usar a nosso favor.
Excelente, como sempre.