Gradativamente, a vida tem voltado ao normal depois das restrições, impostas à sociedade, em razão da COVID-19. Alguns setores se recuperaram mais rapidamente; outros ainda não retornaram ao patamar de 2019.
Um dos setores que ainda patina é o das salas de cinemas. As pessoas acostumaram-se a assistir a filmes em casa – pela TV ou pelo serviço de streaming – e ainda não voltaram às salas de cinema. Acostumaram-se à comodidade e ao conforto do sofá da sala sem precisar deslocar-se até os shoppings para usufruir os benefícios da telona.
As empresas de cinema ainda estão a meio caminho para retomar as vendas de 2019. No primeiro semestre de 2022, foram vendidos 44,8 milhões de ingressos. No primeiro semestre de 2019, a venda de ingressos atingiu 88 milhões de ingressos. A venda de ingressos do primeiro semestre de 2022 foi praticamente a metade de igual período de 2019.
Em termos financeiros, os valores arrecadados em 2021 são bem menores que os de 2019: R$873 bilhões em 2021 contra R$1,44 trilhão em 2019.
A rede Cinemark inovou em busca de clientes e lançou, em abril, o Cinemark Club, programa de assinatura mensal pelo valor mensal de R$29,90, que dá ao assinante o direito a 2 ingressos, que podem ser usados em qualquer dia da semana, além de descontos nos produtos selecionados na bomboniére e combo de pipoca com refrigerante no mês do aniversário do assinante.
A rede Itaú Cinemas, presente no Rio, São Paulo e Brasília, lançou o vale-cinema. O cliente paga antecipadamente 8 ou 16 ingressos por R$15,00 cada um, válidos por 90 dias.
A pandemia trouxe grandes mudanças no mercado de filmes: os serviços de streaming; o afastamento das salas de cinema; menor prazo para os filmes serem oferecidos nos serviços de streaming. Antes da pandemia, um filme demorava perto de 3 meses para ser disponibilizado na televisão. Hoje, a demora fica em torno de 45 dias.
A Disney lançou modelo híbrido: enquanto o filme está nos cinemas, oferece-o na plataforma por valor adicional.
O cinema passou por outras crises e dificuldades que também afastaram o público das salas: a gripe espanhola, guerras, o surgimento da televisão, os filmes em VHS, os filmes em DVD. A tudo o cinema resistiu em razão do fascínio que a telona exerce sobre as pessoas e o maior envolvimento que proporciona.
Porém, como toda e qualquer atividade de comércio, as mudanças exigem adaptações e criatividade para conquistar ou para manter clientes.